Projeto Comunidades Fortes realiza exposição e venda do artesanato Oro Mon no Campus Calama e Teatro Banzeiros
Projeto Comunidades Fortes promoveu nos dias 11 e 12 de setembro a exposição e a venda do artesanato Oro Mon no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Calama, e no Teatro Banzeiros. A ação foi durante a realização do II Simpósio Territorialidades Amazônicas: Ciência, Sociedade e Ordenamentos territoriais. O evento contou com a participação dos indígenas: Célia Oro Mon, Josilene Oro Mon, Sivaldo Oro Mon, Joelda Oro Waram xijein, Katia Oro Mon, Ariel Macurap, Kelly Oro Mon e Enderson yimaito Oro Nao.
Segundo os organizadores, a participação das artesãs indígenas Oro Mon fortaleceu a visibilidade de sua cultura e proporcionou oportunidade concreta de geração de renda e fortalecimento de sua identidade.
Cultura e Cestaria Oro Mon
Os Oro Mon constituem um subgrupo do povo Wari, falantes da língua Chapakura, localizados no norte do estado de Rondônia, mais precisamente na Terra Indígena Ribeirão, na Linha 12, Comunidade Nova Esperança, no município de Nova Mamoré (RO).
Nas áreas abertas do território dos Oro Mon, ocorre uma vegetação marcada pela presença de palmeiras e cipós. Para os Wari, as palmeiras, especialmente a palmeira Buriti, são fundamentais na fabricação de cestos e na cobertura de casas.
O transporte dos produtos da floresta até a aldeia é feito em paneiros, cestos-cargueiros esféricos providos de alça. A fabricação dos artefatos, assim como de outras cestarias produzidas pelo povo Wari, vai além do conceito técnico e da utilidade prática, refletindo a cultura material associada ao processo produtivo, dotada de valor patrimonial e identidade cultural.
Cestaria é o conjunto de objetos feitos com o trançado de fibras vegetais. Com as fibras da palmeira Buriti, os Wari produzem objetos para os mais diversos usos, como cestos para uso doméstico e para transporte de alimentos, peneiras, armadilhas para caça e pesca, abanos para o fogo, objetos de adorno pessoal, redes, entre outros. Os cestos eram tradicionalmente usados para armazenamento e transporte de alimentos.
Por meio da exposição foi possível demonstrar o papel fundamental que o artesanato desempenha na preservação de seus modos de vida tradicionais, ao mesmo tempo em que cria conexões com a sociedade local. Iniciativas como essa reforçam a importância de espaços que integram ciência, cultura e sociedade na construção de um futuro mais inclusivo e sustentável para as comunidades indígenas.
O artesanato dos indígenas Oro Mon representa uma oportunidade para fomentar a cultura local e impulsionar a geração de renda para a comunidade que, por sua vez, contribui para o desenvolvimento da aldeia Nova Esperança, promovendo governança territorial de forma a valorizar a cultura, a visão de mundo e os modos de vida tradicionais desse povo, garantindo a preservação de sua identidade e o respeito às suas práticas ancestrais.
Comunidades Fortes
O Projeto Comunidades Fortes é coordenado pelo Professor William Kennedy do Amaral Souza, com os coordenadores de núcleo Mônica Apolinário, Marcel Emeric Bizerra Araújo e Áurea Dayse Cosmo da Silva. Com o projeto, vem sendo desenvolvidas atividades voltadas para o fortalecimento econômico e cultural de povos e comunidades tradicionais.
Além disso, a ação contou com o apoio da pesquisadora extensionista da cadeia produtiva do açaí, Náthaly de Jesus Vieira da Vitória, e dos estudantes bolsistas de iniciação ao extensionismo: Larissa Gabriela da Silva Oliveira, acadêmica de Biologia do IFRO Campus Ariquemes, Vanessa Oliveira de Almeida e Jackeline Martins de Lima, estudantes de Arquitetura do IFRO Campus Vilhena.
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