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Parceria com UFPR forma novos doutores e doutoras para o quadro funcional do IFRO

Publicado: Segunda, 10 de Junho de 2024, 15h36 | Última atualização em Segunda, 10 de Junho de 2024, 15h42

Foto Turma inteira na UFPR

O Instituto Federal de Rondônia (IFRO), por meio da Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (Propesp) e o Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Paraná (UFPR) celebram o sucesso do programa de Doutorado Interinstitucional (Dinter) firmado entre as duas instituições em 2019. A primeira turma, iniciada em maio de 2020, culminou nas defesas de teses realizadas entre os dias 13 e 17 de maio de 2024, na UFPR - Campus Jardim Botânico, em Curitiba (PR). O evento resultou na formação de sete novos servidores doutores para o IFRO, consolidando a parceria entre as duas instituições.

Dentre os novos doutores, seis são professores. Sendo cinco do Campus Porto Velho Zona Norte (Aloir Pedruzzi Junior, Everton Luiz Candido Luiz, Jonimar da Silva Souza, Jhordano Malacarne Bravim e Lady Day Pereira de Souza) e uma professora do Campus Ariquemes (Quezia da Silva Rosa). Também do Campus Ariquemes o Técnico Administrativo Varlei Gomes de Oliveira. “A formação desses doutores representa um avanço significativo na capacitação dos profissionais do IFRO, impulsionando a produção acadêmica e a excelência no ensino e na pesquisa”, destaca a Coordenadora de Pós-Graduação/Propesp, Michele Noé.

Os novos doutores desenvolveram pesquisas em áreas diversas, como decolonialidade e ensino de sustentabilidade, relacionamento interorganizacional e empresas sociais na Amazônia Brasileira, mulheres na gestão em Instituições de Ensino Superior (IES), entrada em novos mercados para a piscicultura, gestão de risco na administração pública, a disputa organizacional sob uma perspectiva forte de processo e inovação educacional.

Durante o período de doutoramento, os doutorandos publicaram 3 artigos em revistas A1, 8 em revistas A2, 4 em revistas A3, 3 em revistas B2, 1 em revistas B1 e B3, 2 capítulos de livro e participaram de eventos científicos com 20 publicações.

Diante deste êxito inicial, uma nova turma já foi selecionada em 2024, dando continuidade ao compromisso de formar doutores capazes de contribuir de maneira significativa para o desenvolvimento educacional e social da região amazônica. “A parceria entre a UFPR e o IFRO demonstra a importância da colaboração interinstitucional para o fortalecimento da educação técnica e tecnológica no Brasil. A parceria foi uma ação muita exitosa entre as instituições, oportunizou a formação de 7 novos doutores na área, publicações e atividades conjuntas, além da própria produção e conhecimento apresentado com o trabalho final do curso (tese). O IFRO agradece a UFPR especialmente aos professores do PPGADM, que não mediram esforços para qualificar nossos servidores, mesmo diante dos desafios da pandemia, foram sensíveis a realidade da Rondônia quanto a necessidade de qualificar profissionais e ampliar programas stricto sensu na região. Tendo em vista que a formação nesta área é estratégica institucionalmente a parceria teve continuidade, e no 2º semestre de 2024 iniciam as aulas da segunda turma do doutorado ofertado com o PPGADM/UFPR”, destaca Michele.

Novos (as) doutores (as)

Varlei Gomes de Oliveira, administrador no Campus Ariquemes, trabalhou a temática “Gerenciamento de riscos nas instituições federais de ensino” em sua tese. “O IFRO foi um dos 3 casos estudados que, assim como toda a administração pública federal, está implementando o gerenciamento de riscos”, destaca o técnico administrativo, que defendeu seu trabalho no dia 13/05, com banca presencial e com a participação de apenas um dos avaliadores on-line.Foto Durante a apresentação Varlei

Varlei avalia que seu percurso acadêmico no doutorado foi um percurso árduo. Iniciamos em meio à pandemia e, particularmente, enfrentei alguns problemas de saúde na família, porém, conseguimos evoluir bastante. Sinto que houve um grande amadurecimento enquanto pesquisador, teórica e epistemologicamente falando”, comenta.  

A professora Lady Day Pereira de Souza, do Campus Porto Velho Zona Norte, analisou em sua tese a relação entre o poder e a ambivalência emocional na identidade de mulheres na alta gestão, focando a experiência de ser gestora em Instituição Federal de ensino. O objetivo foi compreender como as relações de poder e a ambivalência emocional articulam-se na experiência das mulheres que se constituem identitariamente em cargos de alta gestão em instituições federais de ensino (Ifes) no Brasil. “Foram realizadas 16 entrevistas com reitoras e diretoras de universidades e institutos federais, utilizando a análise fenomenológica interpretativa (AFI). A partir das quais identificou-se que as gestoras enfrentam ambivalência emocional diante das relações de poder na alta gestão. Os resultados informam alguns elementos individuais e coletivos que podem afastar e aproximar de se constituírem identitariamente nos cargos de gestão, as fontes de ambivalência, a percepção das mulheres sobre o poder e elementos de sua constituição identitária na alta gestão. Por fim, descobriu-se que a articulação entre o poder e a ambivalência emocional na identidade da gestora ocorre de forma que as dinâmicas de poder se tornam fontes de emoções ambivalentes, as quais permeiam, mobilizam e impulsionam a capacidade de ação das gestoras, levando-as a alterar as dinâmicas de poder em sua experiência na alta gestão”, explica a docente.

Foto Durante a apresentação LadyLady estabelece que a principal relação de sua tese com a instituição é que o IFRO como uma Ifes, apresenta uma sub-representatividade feminina nos cargos de alta gestão, a exemplo do cargo de reitor(a), que ainda não foi ocupado por mulheres, e nem disputado nas eleições por candidatas. “Isso é refletido no Brasil que, em 2024, apenas 20 (29%) dos 69 cargos de reitoria nas universidades federais são ocupados por mulheres (Andifes, 2024); já nos institutos federais, dos 41 cargos de reitoria, apenas 14 (34%) (Conif, 2024) – o que evidencia uma sub-representação feminina”, informa a professora, que fez a defesa da tese de forma presencial, no dia 17 de maio de 2024, destacando também que seu percurso acadêmico no doutorado “foi um processo pessoal de autoconhecimento, ao mesmo tempo em que ampliei meu conhecimento científico. O doutorado teve a duração de 4 anos e contei com afastamento nos 2 últimos anos. Esse tempo de afastamento foi fundamental para eu me aprofundar nas leituras, e imergir na pesquisa, não consigo pensar num processo de formação desse porte sem afastamento”.

Quezia da Silva Rosa, professora do Campus Ariquemes, seguiu na linha de pesquisa Estratégias de Marketing e sua tese buscou investigar como as capacidades de marketing podem ser desenvolvidas para apoiar a estratégia de entrada em novos mercados. “O foco do meu estudo foi o caso da cadeia produtiva do tambaqui de Rondônia e sua estratégia de se inserir no mercado localizado no Sul e Sudeste. Basicamente investigamos como a aprendizagem com o mercado, a reconfiguração dos recursos organizacionais e o aprimoramento de habilidades podem se desenvolver e contribuir para que a entrada em novos mercados seja bem sucedida. A tese tem total relação com o IFRO e com a sua busca para impactar a sociedade e contribuir com o desenvolvimento regional. Estudei a cadeia da piscicultura rondoniense já no mestrado, e continuei os estudos nos projetos de iniciação científica que submetia, por entender que a piscicultura rondoniense tem um potencial imenso na geração de emprego e renda para toda a sociedade. No doutorado propus esse estudo já no meu projeto de candidatura. Após a aprovação fizemos ajustes no que diz respeito às teorias estudadas, mas o objeto de estudo, a piscicultura, permaneceu”, destacou Quezia, que defendeu a tese no dia 13/05, sendo a primeira da série de defesas presenciais. “A banca foi toda presencial, entretanto minha orientadora participou e presidiu a banca de modo remoto, por estar isolada na cidade de seus pais no Rio Grande do Sul durante os trágicos acontecimentos da enchente histórica”.Foto banca Quezia

Quando perguntada sobre como descreveria seu percurso acadêmico no doutorado, Quezia diz que muita coisa aconteceu desde maio de 2020. “Nesse período foi mudada a forma de oferta do doutorado de presencial uma vez por mês, para totalmente remoto em virtude da pandemia que explodiu em todo mundo. Muita insegurança e temor nos acompanhou naquele período. O IFRO providenciou todo o apoio que necessitamos, inclusive auxiliando com períodos extra de afastamento para que pudéssemos dar conta de toda demanda em tempos tão caóticos como foram os dois primeiros anos pandêmicos. No que me diz respeito ao pessoal, lidei com muitas questões, inclusive com a minha gravidez em meio a pandemia e aos estudos do primeiro ano. Meu filho José, nasceu em fevereiro de 2021 e assistiu muitas das aulas remotas no meu colo, enquanto eu participava das discussões propostas nas aulas. Além disso, em agosto de 2021, também participei de um curso oferecido pelo IFRO, por meio da Propesp, realizado na Finlândia. O curso ocorreu durante 3 meses na cidade de Tampere e mudou a minha perspectiva docente. Durante esses 3 meses que lá fiquei, meus filhos ficaram com meu esposo, e eu além do curso, finalizei a primeira das várias obrigações para a finalização do doutorado, que foi a qualificação do Ensaio Teórico. Submeti o Ensaio à banca avaliadora alguns dias antes de voltar da Finlândia e recebi a aprovação, alguns dias depois de chegar no Brasil. Durante o período na Finlândia, ainda assisti aulas da disciplina de Métodos Qualitativos que tinha como objetivo ensinar a usar o software Atlas.ti, que seria a ferramenta que eu adotaria nas minhas análises da tese. As aulas ocorriam aqui no Brasil às 19h da noite, com o fuso horário, eu assistia as aulas lá na Finlândia entre 1h e 3h da manhã. Colocando tudo isso em perspectiva agora, sinto-me vitoriosa. O caminho foi sempre árduo, mas valeu a pena. Me sinto recompensada não apenas com o título, mas com a sensação de que com esforço alcançamos muito para nós mesmos e para a sociedade de um modo geral, pois creio no potencial de acrescentar conhecimento, que minha tese tem”, narrou.

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