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Mulheres na Ciência: elas deixam sua marca em diversas áreas em Colorado e no Zona Norte

Publicado: Quinta, 07 de Março de 2024, 17h17 | Última atualização em Sexta, 08 de Março de 2024, 11h30

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Cada vez mais consolidadas em suas áreas de atuação, mulheres do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) demonstram amadurecimento profissional ao se envolverem na pesquisa e na extensão. Ana Cláudia da Costa Guiraud e Danieli Schabo do Campus Colorado do Oeste e Lady Day Pereira de Souza do Campus Porto Velho Zona Norte são exemplo de pesquisadoras e extensionistas com ações em execução atualmente na instituição.  

Docente da área de Veterinária, Ana Cláudia coordena o curso de Medicina Veterinária do Campus Colorado do Oeste e está à frente do projeto de extensão de diagnóstico de doenças parasitárias, em que há duas bolsistas do 6º período, mais estudantes colaboradores. Seu início de carreira docente foi em 2019, como professora substituta na área de produção animal no IFRO Colorado. Em 2020, com a aprovação no concurso público, tornou-se docente efetiva. E em 2021, após a implantação do curso, tornou-se coordenadora.

Sobre o projeto, ela conta que a proposição surgiu ao perceberem a demanda da comunidade local. “Nossa região ainda é carente quanto ao diagnóstico de doenças, que é importante para saber quais são as causas de doenças que acometem os animais, principalmente de produção. Então, em 2023, institucionalizamos um projeto de extensão na área de diagnóstico de doenças parasitárias. No início, contávamos com voluntários, estudantes do curso de Medicina Veterinária. Hoje, através de edital, temos duas bolsistas, que são acadêmicas de Medicina Veterinária. Agora estamos no segundo ano de ação do projeto, trabalhando no diagnóstico de doenças parasitárias em propriedades rurais de Colorado do Oeste e região”, comenta.

Ana Cláudia avalia haver uma crescente participação das mulheres na área, e diz que na “Medicina Veterinária vem sendo desmistificado aos poucos a história de que a profissão é mais difícil para mulheres. Percebo essa mudança no ambiente acadêmico, pois antigamente a maioria de estudantes e docentes de Veterinária eram homens. Hoje um exemplo da inversão desse cenário é o nosso curso, aqui no Campus Colorado, em que são mulheres a maioria dos estudantes. E no campo também, pois quando o produtor percebe que as mulheres conseguem executar os trabalhos e levar para ele o resultado, começa a dar credibilidade a essas profissionais. Ainda há um pouco de resistência sim, mas a gente vem lutando para isso mudar”.

Para as meninas com interesse em estudar Medicina Veterinária, a professora destaca que “se algum dia disserem que esse curso não é para mulheres, não leve isso em consideração, pois é conversa fiada. Nós mulheres estamos aqui há muito tempo. Cada vez mais é mostrado que a profissão de Veterinária é um desafio tanto para homens quanto para mulheres. Não é o fato de a gente ser do sexo considerado ‘frágil’ que somos incapazes de realizar as atividades da área. Quem realmente tem vontade de estudar e tem afinidade com a área deve buscar estudar nela. Desafio há em todas as profissões e na Medicina Veterinária não é diferente. Acho que o fato de parecer desafiador só nos torna mais fortes e determinadas”.

Bolsista do projeto, Emily Carvalho concorda com a sua professora: “eu também participo do projeto de diagnóstico de doenças parasitárias. E como mulher nunca encontrei limitações, nem nas atividades aqui dentro da instituição, nem nas atividades com o projeto nas pequenas propriedades. E eu espero que todas as mulheres, tanto no ambiente acadêmico, quanto no ambiente profissional, também sejam respeitadas”.

Também integrante do projeto, a acadêmica Verônica Santos explica um pouco mais o trabalho por elas desenvolvido. “Como nós sabemos, os impactos econômicos por conta de parasitas, tanto ecto quanto endoparasitas, são grandiosos anualmente. Então, o nosso projeto, que consiste em fazer diagnósticos de doenças parasitárias, é muito importante, principalmente porque atendemos os pequenos produtores aqui da região do Cone Sul de Rondônia. Temos esse contato próximo, troca de experiências e também levamos o diagnóstico, resolvemos o problema do produtor”.

Do campo à alta gestão

A busca por conhecimento é diversificada, levando a várias formas de busca por realização. Em sua pesquisa de doutorado, a docente do Campus Porto Velho Zona Norte, Lady Day Pereira de Souza, está pesquisando o tema “Poder, Gênero e Ambivalência Emocional na Experiência da Mulher na Alta Gestão em Instituições Federais de Ensino Públicas Brasileiras”. Ela faz parte da turma do Doutorado Interinstitucional (Dinter) do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Paraná (PPGADM/UFPR), em Cooperação Técnico-Científico com o IFRO.

Segundo a docente, a motivação surgiu ao notar a baixa representatividade feminina nos cargos de reitora em universidades e institutos federais. “Em 2022, apenas 15 das 69 universidades tinham uma mulher como reitora, e nas 41 unidades federais, só 13 contavam com mulheres nesse cargo. Além disso, algumas instituições centenárias ainda não elegeram uma reitora. Na minha instituição, com 15 anos, nunca houve candidatas femininas à reitoria. Essa realidade despertou meu interesse em entender a experiência das mulheres nessas posições de liderança”, reforça.

Em relação aos resultados preliminares, Lady Day fala terem se destacado “diversos fatores que podem afastar ou aproximar as mulheres desses cargos de alta gestão. O medo da exposição da vida e as discriminações baseadas no gênero emergiram como barreiras significativas. Por outro lado, habilidades de diálogo, apoio familiar e político da comunidade acadêmica surgiram como elementos facilitadores. Ser mulher na gestão é disruptivo e representa uma mudança na sociedade. Quanto mais mulheres assumem cargos de gestão e recebem apoio de homens e mulheres da comunidade acadêmica e da sociedade, maior a representatividade feminina nos espaços de poder. A presença de mulheres em cargos de liderança contribui para a construção de ambientes mais seguros, abrindo caminho para outras mulheres ocuparem essas posições. Esse movimento não apenas promove a igualdade de gênero nos cargos de decisão, mas também impulsiona mudanças estruturais e inclusivas na sociedade”, conclui.

Ciências do Alimento

A história da Nutricionista do Campus Colorado do Oeste, Danieli Cristina Schabo, com a instituição começa ainda na época de seu ensino médio. Ela é egressa da segunda turma do Curso Técnico em Agropecuária da EAFCO, como era chamada a Escola Agrotécnica Federal, que hoje é o Campus Colorado do Oeste do IFRO. Cursou Nutrição pela UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) e em 2004 se tornou servidora no cargo de nutricionista. Desde então, atua como coordenadora de alimentação e nutrição da unidade.

Como servidora do IFRO, conseguiu continuar sua formação acadêmica com apoio da instituição. Em sua especialização em Alimentação Humana e Saúde, pesquisou sobre as condições higiênico-sanitárias de serviço de alimentação. No Mestrado em Ciência dos Alimentos, pesquisou sobre um tipo de fungo de amêndoas de cacau em Rondônia. E no Doutorado em Nutrição, fez pesquisa sobre microtoxinas. Durante sua formação acadêmica, conseguiu publicar resultados de suas pesquisas inclusive em periódicos internacionais (que podem ser conferidos no Currículo Lattes). E também foi aprovada em seleção da CNPq, tendo a oportunidade de fazer um Doutorado Sanduíche na Rutgers, Universidade dos Estados Unidos.

Dentre os servidores TAEs (Técnicos Administrativos em Educação) do IFRO, ela está entre os primeiros que concluíram o doutorado. Integrando o Grupo de Pesquisas em Ciências de Alimentos do Campus Colorado do Oeste, explica que devido à maternidade recente, interrompeu temporariamente suas atividades para conseguir dar a devida atenção para a filha, mas que pretende em breve voltar a participar de pesquisas e a ajudar a colaborar com a produção e difusão de novos conhecimentos. Ela elogia o IFRO por ter programas e incentivos, inclusive às servidoras técnicas administrativas a continuarem sua formação acadêmica. Isso valoriza as servidoras e ajuda o próprio IFRO, que tem mais pessoas produzindo pesquisas científicas.

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