Grupo de Pesquisa GET/IFRO realiza encontro anual para compartilhar projetos realizados durante a pandemia e debater alfabetização rumo ao centenário de Paulo Freire
O Grupo de Pesquisa em Educação, Filosofia Tecnologias (GET) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) realizou encontro virtual nos dias 27 e 28 de novembro. O Encontro Anual do GET e Ateliê de Projetos de Ensino-Pesquisa-Extensão proporcionou a socialização de ações desenvolvidas pelos pesquisadores durante a pandemia, debateu livro de educação e alfabetização e lançou seu mote para 2021: Rumo aos 10 anos de GET e ao Centenário de Paulo Freire.
No dia 27/11, a programação começou com a apresentação do GET e da criação da logomarca dos dez anos, com falas de Rosa Martins Costa Pereira e Viviane Cristina Camelo. Em seguida, no Ateliê de Projetos, fizeram falas os representantes das Pró-Reitorias de Extensão, Maria Goreth Araújo Reis, de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação, Gilmar Alves Lima Júnior, e de Ensino, Elizangélica Fernandes da Silva.
Na avaliação da Líder do Grupo, Rosa Martins, a atividade “proporcionou a interação entre alunos e pesquisadores de diferentes cursos, campi e até de outras instituições, como UNIR, Seduc e Semed, que compartilharam suas práticas de ensino, pesquisa e extensão nesse tempo em que muitos projetos foram interrompidos, mas que desafiou o grupo permanecer vivo e atuante”. Docente do IFRO e doutora em Geografia, Rosa completa: “A participação dos Pró-Reitores de Ensino, Pesquisa e Extensão demonstrou o apoio institucional aos grupos de pesquisa e possibilitou um rico diálogo para todos que participaram”.
Seis projetos foram apresentados durante o Ateliê de Projetos Ensino, Pesquisa e Extensão: “Ensinar na incerteza? Um projeto de ação para o enfrentamento dos impactos da pandemia de covid-19 na educação escolar”; “Apresentando o projeto Observatório de Mídia”; “Estudo documental, no âmbito da educação especial, sobre avaliação escolar em municípios de referência de Rondônia”; “A escola em fronteira internacional: um entre lugar onde o fazer pedagógico pode aproximar, incluir e acolher”; “Dificuldades na alfabetização de alunos haitianos”; e “Gincana da física como instrumento de avaliação inclusivo”.
No dia 28/11, a roda de conversa mediada pela Professora do Campus Porto Velho Calama, Sandra Gomes, abordou o livro “Alfabetização – leitura do mundo, leitura da palavra”, de autoria de Paulo Freire e Donaldo Macedo. Destaca-se a participação de estudantes egressos do IFRO que permaneceram no grupo e de estudantes do Curso de Pedagogia IFRO/UAB, do Campus Porto Velho Zona Norte. A escolha do formato on-line para 2020 se deu diante da pandemia do novo coronavírus.
Grupo de Pesquisa
O Grupo de Estudos em Educação, Filosofia Tecnologias está certificado no Diretório de Grupos de Pesquisa da Plataforma Lattes/CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). O endereço para acessar o espelho é o dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/7057501567574968. O ano de formação foi 2011, quando a Professora Rosa Martins Costa Pereira conta ter sido criado o GET como um dos primeiros grupos de pesquisa do IFRO a ter como foco a educação escolar e tecnologias como eixo norteador.
De acordo com a pesquisadora Elaine Marcia Souza Rosa, servidora do Campus Porto Velho Calama, o GET trouxe muita experiência para ela nestes anos de participação. “Eu perdida, sem nem saber o que era um grupo de pesquisa, hoje eu sei. Grupo de pesquisa é família: é importar-se com o crescimento do outro. É mais, muito mais do que fazer pesquisa e produzir ciência”. Ela acrescenta ter crescido pessoal e intelectualmente: “Orientei, participei de bancas, compus livros. E quando o sonho do mestrado chegou, o GET estava lá com seus grupos de estudos ajudando a torná-lo realidade”, com isso resume dizendo que o grupo e seus integrantes oferecem apoio e inspiração.
O Professor do Campus Porto Velho Calama, Marcos Aparecido Atiles Mateus, participou das reuniões que deram início ao GET, e que ocorriam antes do expediente da tarde na Reitoria do IFRO, buscando alcançar formação de recursos humanos para desenvolver pesquisas a altura do estado de Rondônia. “As pessoas envolvidas sacrificavam uma hora do seu almoço para participar. Nessas reuniões buscou-se criar possibilidade para participar de editais, criar regulamento para o Grupo GET e surgiu a primeira ideia de escrever um livro e de desenvolvimento de um projeto em que se estudavam autores da filosofia”.
O docente ressalta que atualmente o GET trabalha as áreas de humanas e de exatas, pensado também para o desenvolvimento de técnicos administrativos, professores e alunos. “E daí para cá o GET só foi crescendo, ampliando, oportunizando e envolvendo o Instituto Federal e a comunidade externa”, completa Marcos.
A Professora da Universidade Federal de Rondônia (UNIR/Guajará-Mirim), Zuila Guimarães Cova dos Santos, relembra que muitas ações realizadas conjuntamente são resultados de um sonho pensado por ela e por Rosa durante seus estudos. “Vimos uma necessidade de promover um espaço de encontro, intercâmbios e vivências. Surge a ideia após o doutorado, com essa missão: continuidade de estudo, pesquisa e leitura, que nem sempre são possíveis somente no cotidiano da docência”.
No GET os alunos são envolvidos em atividades como congressos, rodas de debate, grupos de estudo, lives e outros, construindo outras formas de conhecimento para quem está em cursos técnicos ou de graduação do IFRO. Para Zuila, isso é uma forma de resistência, saindo do currículo tradicional, hegemônico e limitante, uma vez que gera instrumentos no processo de transformação e inclusão social dentro da educação.
Ainda segundo Zuila, o GET é um grupo que se consolida a cada dia, uma vez que ajuda a responder às necessidades locais de pesquisa e da região Norte. “O grupo tem essa condição interdisciplinar, com colegas de diferentes áreas e de diferentes projetos. Essa diversidade nos impõe a conhecer a realidade de outras áreas, porque no cotidiano escolar perpassamos por elas, mas não de forma aprofundada. Então, é um espaço muito importante. Além disso, o GET também tem um princípio diferente, porque nasce oportunizando alunos do Ensino Médio, e essa possibilidade de envolvimento desse segmento é algo primoroso, pois começamos a instigar neles o gosto pela leitura, fazer pesquisa, clássicos das ciências e em poder realizar pesquisas e olhar com outros olhos o cotidiano”, conclui Zuila.
De acordo com Rosália Silva, Vice-Líder do GET, essa ação foi o pontapé inicial para as atividades formativas que serão realizadas em 2021, quando o grupo completará 10 anos e comemorará 100 anos do nascimento de Paulo Freire.
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