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Projeto de Pesquisa “Clube dos Afetos” realiza palestra sobre “Agosto Lilás” e debate sobre violência contra a mulher

Publicado: Quarta, 14 de Setembro de 2022, 08h13 | Última atualização em Quarta, 14 de Setembro de 2022, 08h13 | Acessos: 125785

14 9ClubedosAfetos Guajará 1No dia 30 de agosto, realizou-se no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Guajará-Mirim, a palestra “Agosto Lilás”, ministrada pela Agente de Polícia da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) em Guajará- Mirim, Jovelina Maia Dantas.

O evento foi uma ação do Projeto de Pesquisa “Clube dos Afetos: Diálogos Interdisciplinares com Karl Marx a partir da obra Revolução dos Bichos”, sob a coordenação das Professoras Maria das Graças Freitas de Almeida – Sociologia/Campus Porto Velho Calama e Marcela dos Santos Lima – Arte/Campus de Ji-Paraná. O projeto ainda recebe a colaboração do Professor Carlos Eduardo Sousa da Fonseca – Arte/Campus Guajará-Mirim. Os professores realizaram a apresentação do evento, o qual contou com a participação da comunidade interna e externa do IFRO e transmitido pelo Google Meet, possibilitando o acesso aos que estavam em outras cidades e regiões.

Durante a palestra, temas como violência contra mulher, capital cultural e ações políticas nortearam várias reflexões e indagações sobre as conquistas alcançadas e vários desafios enfrentados pelas mulheres ao longo da história. A palestrante Jovelina Maia Dantas, fez diversos apontamentos sobre a Lei 11.340/2006, conhecida por lei Maria da Penha, destacando a importância do debate para a conscientização social no combate a violência contra a mulher.

O evento também contou com apresentação musical do Professor de Inglês Marcos Biesek Vollbrecht, apresentação de maquiagem artística pela discente Priscila Gervasio Muzzi e a participação das alunas bolsistas do projeto Clube dos Afetos, Camille Faustino do Nascimento, Núbia Veras Bazan e Israelly Rocha Limeira, proferindo com as professoras mediadoras Marcela e Graça sobre os Direitos da Mulher segundo a Organização das Nações Unidas – ONU.

De acordo com a Professora Marcela Lima Arte/Campus Ji-Paraná, é urgente tratar sobre as questões de gênero no contexto da instituição, sobretudo, legitimar a importância do campo intelectual em diferentes áreas das ciências humanas no que se refere aos estudos sobre mulheres, sobre as relações sociais de gênero. “No encontro, lembramos que é considerada violência contra a mulher aquela causada pelo homem contra a mulher, ou seja, é preciso existir a figura da diferença de sexo, sendo o homem o sujeito ativo. Entende-se por violência qualquer agressão física, psicológica, verbal ou social, tanto no âmbito público como no privado, incluindo aqui todos os tipos de assédio, violências essas motivadas apenas pela condição de ‘ser mulher’. Considera-se que a violência contra a mulher é bastante influenciada por uma estrutura social totalmente patriarcal e machista em que vivemos, resultado de nosso processo de colonização e aculturamento, aliada a fatores como dependência financeira, alcoolismo, impunidade e baixa qualidade educacional. Dessa forma, reforçamos no encontro o mérito dos estudos, do conhecimento, do trabalho e da independência financeira para as jovens discentes e a importância de denunciar os agressores. Precisamos dar um basta a todo tipo de violência contra a mulher, isto em pleno século XXI, em que ainda precisamos aprender a conviver em sociedade”, destacou.

Para o Professor de Arte Carlos Eduardo, o debate foi salutar ao trazer informações práticas no que se refere à Lei Maria da Penha, bem como outras informações quanto aos serviços de proteção à mulher em Guajará-Mirim.

Segundo a Palestrante do evento, Jovelina Maria Dantas, “a violência doméstica, cada vez mais, infelizmente, faz parte de nossas vidas, na casa ao lado, na casa de um parente, ou até mesmo em nosso próprio lar. Assim, a Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, tem se tornado uma forte aliada nessa luta contra a violência, pois cria mecanismos para coibir e prevenir tal violência, traduzindo-se em mais proteção para mulher e mais severidade ao autor do fato. Contudo, a falta de informação acerca desse direito ainda existe. Cabe salientar, ainda, que quanto maior a conscientização acerca dos direitos abrangidos pela Lei Maria da Penha, como a Medida Protetiva de Urgência, um de seus mecanismos de proteção, maior será sua eficácia e abrangência. Portanto, a realização de eventos e palestras com o respectivo tema torna-se de suma importância para maior divulgação e esclarecimento para que os direitos a uma vida digna e justa sejam respeitados”.

Para o Professor Marcos, as leis que tratam especificamente da segurança das mulheres são um grande avanço no sentido de buscar a igualdade de direitos, embora haja ainda muito a se fazer, “especialmente, nessa nossa sociedade construída sobre padrões machistas e paternalistas”.

De acordo com a Coordenadora do Projeto, Professora Maria das Graças Freitas de Almeida, o evento oportunizou democraticamente espaços de fala a todos que participaram e expressaram suas ideias, “através da reflexão sobre a importância do respeito cultural, legal e social conquistados pela mulher na desconstrução de modelos socialmente consolidados que sugerem e reforçam a violência contra a mulher”.

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