Projeto de Pesquisa “Clube dos Afetos” do Campus Guajará-Mirim realiza palestra sobre “O Papel da Mulher Indígena nos Dias Atuais”
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Guajará-Mirim, através do projeto de pesquisa “Clube dos Afetos: Diálogos Interdisciplinares com Karl Marx a partir da obra ‘Revolução dos Bichos’”, realizou, na noite do dia 8 de junho, a palestra “O Papel da Mulher Indígena nos Dias Atuais”, ministrada pela ativista indígena Fabrícia Sabanê, que é Coordenadora da Associação das Guerreiras Indígenas de Rondônia (AGIR). O evento contou com a participação da comunidade interna e externa do IFRO e foi transmitido via Google Meet, possibilitando o acesso aos que estavam em outras cidades e regiões.
O projeto é coordenado pelas Professoras Maria das Graças Freitas de Almeida (Sociologia – Campus Guajará-Mirim) e Marcela dos Santos Lima (Arte – Campus de Ji-Paraná) e tem por objetivo o exercício da cidadania dentro do Instituto, além de promover a consciência da cultura e dos direitos dos povos originários. O projeto recebe a colaboração do Professor Carlos Eduardo Sousa da Fonseca (Arte –Campus Guajará-Mirim). O evento foi mediado pelos Professores Marcela dos Santos Lima e Augusto Rodrigues de Sousa (Filosofia – Campus Guajará Mirim).
Além disso, o evento teve a participação da Professora Lediane Fani Felzke, pesquisadora e líder do “Grupo de Estudo em Temáticas Étnicas na Amazônia” (GETEA), do Campus Ji-Paraná, que salientou a importância do respeito à cultura indígena para um futuro de aprendizados e convivência fundamentados em oportunidades para todos.
Durante a palestra, temas como violência contra mulher, capital cultural e ações políticas promoveram várias reflexões e indagações sobre as conquistas alcançadas e vários desafios enfrentados pela mulher indígena ao longo da história, apresentadas e fundamentadas pela palestrante Fabrícia Sabanê.
De acordo com a Professora Maria das Graças Freitas de Almeida, o evento oportunizou democraticamente espaços de fala a todos que participaram e expressaram suas ideias “através da reflexão sobre a importância do respeito cultural, desconstrução de modelos socialmente consolidados que sugerem e reforçam preconceitos, discriminação e a segregação”.
Para o Professor de Arte, Carlos Eduardo Sousa da Fonseca, a fala de Fabrícia Sabanê foi muito importante “para compreendermos que através da mutabilidade da cultura, devemos atualizar nossos conhecimentos sobre a causa indígena que aprendemos nos ‘livros desatualizados’, em que prevalece a visão europeia frente ao indígena”.
Conforme a Professora Marcela Lima, “continuar a colaborar com esse projeto iniciado em Guajará-Mirim e oportunizar o diálogo com profissionais do Campus de Ji-Paraná, em especial com a Professora Leidiane, que possibilitou o contato com a ativista Fabrícia Sabanê, é legitimar os afetos e as trocas de saberes entre campi e ampliar as possibilidades de pesquisa e ações extensionistas. Foi uma noite permeada pela oralidade da Fabrícia que me fez lembrar um trecho que escrevi há alguns anos em um artigo: ‘Não quero, não desejo e nem defendo a superficialidade nas relações com o mundo, pois o mundo (o de fora) e o meu (o de dentro) se mostram no precisar de um pouco mais de delicadeza’, ou seja, precisamos olhar para o descuido e para o abandono crescente da sociabilidade, precisamos aprender e (re)aprender com os povos indígenas e, especialmente, com as mulheres indígenas, o que realmente é lutar e saber lutar pelo seu povo, saber viver em comunidade”.
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