Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página

Projeto do Campus Guajará-Mirim debate o tema “Consciência Negra – Por uma Educação Antirracista”

Publicado: Quarta, 09 de Dezembro de 2020, 20h28 | Última atualização em Quarta, 09 de Dezembro de 2020, 20h31 | Acessos: 134180

Campus Guajará Mirim Cine IFRO 1

O Projeto Cine-IFRO, do Campus Guajará-Mirim, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia, finalizou suas ações em 2020 debatendo “Educação Antirracista” com diferentes pesquisadores convidados. O evento foi uma ação do Núcleo de Extensão em Produção Cultural (NEPC) da unidade e aconteceu de modo remoto. A atividade envolveu as comunidades interna e externa do Campus Guajará-Mirim e ocorreu no dia 25 de novembro reforçando, conscientizando e ampliando o debate do mês da Consciência Negra.

Segundo a coordenadora do projeto, professora Marcela dos Santos Lima, o Cine-IFRO realizado em novembro continuou a exercer sua maior característica, que é atuar de forma interdisciplinar e como projeto integrador, envolvendo diferentes áreas do conhecimento. “Os diferentes mediadores enriqueceram com seus conhecimentos e experiências o debate, que foi extremamente importante e afetivo para todos os participantes”, comentou a docente.

No mês de novembro o projeto trouxe como mediadores o Professor Marcos Moreira (Coordenador do NEAD-UnB Senior Fellow Professor da Universidade de Melbourne, Austrália, Professor Adjunto da Universidade de Brasília (UnB), Pós- Doutor pela École Normale Supérieure - Paris/Caen, França) a Professora Cícera Nunes (Doutora em Educação, Prof.ª da URCA - Universidade Regional do Cariri, Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero e Relações Etnico-Raciais -NEGRER) e a Professora Lisiane Oliveira e Lima Luiz (Mestra em Estudos Literários pela UNIR, Professora Mediadora do Programa Novos Caminhos - IFRO). “É característica do projeto trabalhar com temas transversais envolvendo ética, cidadania, pluralidade cultural. Dessa forma, trazer ao debate as questões raciais, culturais e, sobretudo, de representatividade, é contribuir e trabalhar a diversidade como um valor para toda a comunidade escolar”, explicou Marcela.

Para o Professor convidado, Dr. Marcos Moreira, a experiência de participar do evento promovido pelo Instituto Federal de Rondônia foi ímpar. “Conhecer novos pesquisadores sempre é enriquecedor, mas poder compartilhar pesquisas com carinho, arte e ética sempre faz o conhecimento recuperar seu sentido – o de humanizar o homem. O projeto coordenado pela professora Marcela Lima propicia esse prazer do conhecer. Difícil não se sentir acolhido por um grupo tão bonito. Usar o conhecimento como humanização já é um grande passo contra uma sociedade estruturalmente racista. O racismo desumaniza o homem – tanto sua vítima como seu algoz, explica Fanon. Um projeto como o Cine-IFRO contribui na luta contra essa desumanização. Parabéns! Espero que seja a primeira parceria entre as instituições de Brasília e de Rondônia”, ressaltou.  

Segundo a Professora convidada Lisiane Oliveira e Lima Luiz participar da última edição do Cine IFRO- foi uma experiência maravilhosa, “[...] pois debatemos sobre um tema muito relevante com professores, alunos e a comunidade, e esta interação sempre gera aprendizados. O Cine IFRO idealizado e organizado pelos professores membros do projeto e os bolsistas é uma ação efetiva para uma educação antirracista e contribui para que a Lei 10.639/03 seja colocada em prática nas escolas do Ensino Básico. Por mais eventos assim!”.

O Professor Etnã de Oliveira Lima, membro do projeto e professor de Informática do Campus Guajará-Mirim, destacou que o evento foi aberto ao público geral e se demonstrou interessante pela diversidade, em sentido amplo, que ele foi capaz de reunir. “No decorrer das falas, relatos, comentários, depoimentos, poesias e outras manifestações ficou notório que no Dia da Consciência Negra, também são relembradas as duras lutas travadas e, é claro, as atuais. [...] O IFRO de fato justifica o jargão ‘educação que transforma’, pois é pela instrução/educação que as transformações na sociedade humana começam a ocorrer. O IFRO já demonstrou e foi reconhecido como um verdadeiro espaço de inclusão, no sentido amplo da palavra”, disse.

Conforme a Professora de Artes, Marcela Lima, o projeto finalizou suas ações em 2020 de forma satisfatória. “Foi um encontro importantíssimo envolvendo pesquisadores de vários lugares, conhecimentos e experiências. Percebemos que as ações do Cine-IFRO devem continuar como campo de debate, saberes, criticidade e reflexão. Além disso, o projeto desde seu início mostrou-se como ferramenta pedagógica ampliando as possibilidades de produção de conhecimento dos alunos e da comunidade externa e, um detalhe importante, trouxe um ‘lugar de fala’ para todos os envolvidos”, avaliou a docente.

O evento contou com a participação das alunas do Projeto Monitoria Protagonista, coordenado pelo professor de Língua Portuguesa Antônio Ramiro de Mattos, que tem como colaboradora a professora de Sociologia Maria das Graças Freitas de Almeida. As alunas realizaram algumas performances e declamação de poemas.Para a aluna Sabrina Pereira Campos, do 2º ano de Informática Matutino, o evento foi muito proveitoso, “[...] uma experiência muito legal. Pudemos nos apresentar e contemplar as apresentações dos outros participantes. Achei muito importante falarmos sobre o tema, principalmente com pessoas que tem propriedade na sua fala”.

A aluna Yasmin Luzia Ramos Herreira, do 2º ano de Informática Matutino, disse que a edição de novembro “[...] foi o primeiro Cine-IFRO que participei e achei incrível. A equipe do projeto é sensacional e o projeto é mais ainda, por trazer conhecimento de diversas reflexões para as pessoas. O evento do Dia da Consciência Negra foi lindo e bem marcante por ser um tema bem delicado e as apresentações feitas foram totalmente incríveis”.

De acordo com a aluna Estéfane Luricy Flores, do 2º ano do curso de Informática “[...] É de suma importância falarmos sobre o racismo em todos os seus aspectos. Sabemos que o nosso cenário atual tem uma conexão muito forte com o passado e isso deve ficar claro na cabeça dos jovens, e com todas aquelas falas incríveis que tivemos durante o evento como a dos professores Marcos Moreira, Cícera Nunes e  Lisiane e das apresentações das alunas do segundo ano abordando sobre a desigualdade, e ensinando como não ter uma atitude racista, todos com o mesmo objetivo que é trazer o conhecimento necessário para as pessoas, para que juntos possamos construir uma sociedade antirracista”.

No evento também houve a participação de professores e alunos da Escola Irmã Celeste. O encontro foi proposto pela Pedagoga, Professora Substituta do IFRO Campus Guajará-Mirim, Irisneide Moraes da Silva Araújo, que também faz parte da coordenação da escola. “Além disso, é fundamental agradecer aos intérpretes de LIBRAS, Dúnia e Laurindo, sempre presentes e atuantes em todos os eventos do Cine-IFRO fortalecendo ainda mais a inclusão”, destacou Marcela.

Sobre o Projeto Cine-IFRO

O projeto CINE-IFRO implanta o primeiro Núcleo de Extensão em Produção Cultural – NEPC dos Institutos Federais de Rondônia. De forma online vem recebendo a contribuição de diferentes profissionais e pesquisadores de várias regiões do país ampliando ainda mais o debate e a produção de conhecimento para a comunidade interna e externa do Campus de Guajará-Mirim.

De acordo com a professora de Sociologia do Campus Guajará-Mirim, Maria da Graças Freitas de Almeida, que também é membro do projeto e vice-coordenadora do Núcleo de Extensão em Produção Cultural – NEPC, o Cine- Ifro é um projeto que trabalha com arte e cultura, diversos temas sociais, entre os quais estão o combate à violência doméstica, valorização da vida e por uma educação antirracista, pleiteando assim, uma sociedade fundamentada na empatia e oportunidades para todos. “Principalmente, nesse momento ímpar que estamos vivenciando em decorrência da pandemia do coronavírus. As carências emocionais acentuaram-se desencadeando situações estressoras com a incerteza de quanto tempo essa pandemia vai durar, causando assim sofrimentos e abalos emocionais em todos. Portanto, todas as formas para suavizar as angústias e diminuir o distanciamento são vistas de forma acalentadora. Desta forma, o Cine-IFRO contribuiu para amenizar as saudades e tristezas decorrentes do isolamento social e através de debates significativos com especialistas, músicas, vídeos motivadores, participações dos alunos, poemas e liberdade de expressão, oportunizando momentos de interação, aprendizado e empatia, contribuindo para o desenvolvimento do pensamento crítico e o convívio coletivo”, relatou.

Cine-IFRO na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

Segundo a coordenação do projeto, as últimas ações do Cine-IFRO no mês de outubro envolveram a participação do referido projeto na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. O evento teve como mediadores o Professor Dr. Esdras de Oliveira e a Professora Ma. Marcela Lima do Campus Guajará-Mirim.

De acordo com o professor Etnã de Oliveira Lima, membro do projeto e professor de Informática do Campus, a sessão do Cine IFRO na 17º Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2020 apresentou o documentário “Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos”. “O Projeto desenvolveu por meio de reflexões, comentários e vivências sobre fatos históricos que marcaram o século XX expostos na película de 1999 ,  como por exemplo, as bombas atômicas lançadas na Segunda Grande Guerra. A participação do público foi expressiva e diversificada. A plataforma Macromedia Flash do Youtube viabilizou alcance e disponibilização à nível de Brasil/Mundo. A atividade foi um sucesso, e mais uma vez o IFRO reitera o seu compromisso com a ciência e tecnologia para o bem da sociedade brasileira/humana”, falou o docente.  

Poema apresentado no Cine-IFRO 

A seguir o poema criado pelas alunas Yasmim e Sabrina e declamado durante o evento como proposta de reflexão: 

Melanina 

Por Yasmin Luzia Ramos Herreira e Sabrina Pereira Campos

É difícil nos reconhecer

nos ver representado na tv

nos respeitarem por apenas ser

só quem sente consegue entender

nos negam oportunidades

nos negam representatividade

nos negam inclusão

e para eles somos podridão

vestem nossa pele quando convém

mas a realidade é outra

quando nos rebelamos

nos matam como moscas

nossas tranças,

nossas roupas

nossa história

em quem não pertencem

acham bonito

em pele negra expõe o racismo

temos a obrigação de educar

quando outros insultam nossa história

algo que deveria ser óbvio

para eles é tachado como chacota

nos chamam de preto como insulto

e por tempos negamos nossa história

no entanto somos pretos com orgulho

e por isso não apagaremos nossa memória

memória daqueles que lutaram por justiça e igualdade para os irmãos

enquanto o mundo os enjaulavam

tratavam como mercadorias no porão

pouco a pouco estamos moldando nossa força

para reafirmarmos nosso lugar de direito

sermos tratados como devemos

e não mortos por puro preconceito.

  • Campus_Guajará-Mirim_-_Cine-IFRO
  • Campus_Guajará-Mirim_-_Cine-IFRO_1
  • Campus_Guajará-Mirim_-_Cine-IFRO_2
  • Campus_Guajará-Mirim_-_Cine-IFRO_3
  • Cine_Clube_Semana_Nacional_19_1

 

 

Fim do conteúdo da página
Consentimento para o uso de cookies
Este site armazena cookies em seu computador. Os cookies são usados para coletar informações sobre como você interage com nosso site e nos permite lembrar de você. Usamos essas informações para melhorar e personalizar sua experiência de navegação e para análises e métricas sobre nossos visitantes. Se você recusar, suas informações não serão rastreadas quando você visitar este site. Um único cookie será usado em seu navegador para lembrar sua preferência de não ser rastreado.