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Estudantes do Campus Calama visitam Forte Príncipe da Beira e Comunidade Quilombola Santa Fé

Publicado: Terça, 16 de Dezembro de 2025, 18h05 | Última atualização em Terça, 16 de Dezembro de 2025, 18h05 | Acessos: 13

Nas dependências do forteEstudantes dos terceiros anos dos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio em Edificações, em Química, em Eletrotécnica e em Informática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama, visitaram o Real Forte Príncipe da Beira e a comunidade quilombola de Santa Fé, situados no município de Costa Marques. A visita técnica realizada entre os dias 29 e 30 de novembro possibilitou aos 38 estudantes participantes conhecer uma parte imprescindível da História da colonização portuguesa na região do Vale do Guaporé, que visava defender a fronteira da invasão espanhola em áreas que posteriormente vieram a se constituir o Estado de Rondônia.

A construção do Forte foi iniciada em 1775, porém, sua inauguração ocorreu somente em 1783. Os alunos fizeram a visita à fortificação, que é reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro desde 1950 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Também há no local um sítio arqueológico que vem sendo estudado por pesquisadores da superintendência estadual do Iphan, já tendo sido localizadas variadas peças entre louças portuguesas, cerâmicas indígenas, vidros e metais, com evidências da ocupação colonial na região.

Também puderam conhecer um pouco sobre a história, as lutas, as resistências e os desafios que os quilombolas do Vale do Guaporé ainda enfrentam nos dias atuais, através de uma roda de conversa realizada na comunidade quilombola de Santa Fé. A roda de diálogo foi mediada pelo Coordenador do Projeto, Cassio Alves Lus, que contou com a participação de uma das maiores defensoras dos direitos dos quilombolas de Rondônia, Mafalda da Silva Gomes, a Dona Mafalda.

Professor Cassio presenteia dissertação à líder comunitária dona MafaldaNessa roda de conversa, o Professor Cássio entregou sua dissertação de mestrado à líder quilombola. No trabalho acadêmico, ele discute a reconstrução do patrimônio histórico-cultural do quilombo de Santa Fé através das memórias dos quilombolas entrevistados na pesquisa.

Em Rondônia, as comunidades quilombolas estão concentradas principalmente no Vale do Guaporé (Costa Marques e São Francisco do Guaporé), e incluem Forte Príncipe da Beira, Santa Fé, Pedras Negras, Jesus, Laranjeiras, Santo Antônio do Guaporé e Rolim de Moura do Guaporé, sendo regiões históricas de comunidades tradicionais no Brasil formadas majoritariamente por descendentes de africanos que resistiram à escravidão e preservaram elementos culturais e sociais específicos ao longo do tempo. Eles têm identidade étnico-racial própria e muitas vezes mantêm laços fortes com práticas culturais, modos de vida, saberes e usos coletivos da terra.

O reconhecimento enquanto comunidade remanescente de quilombo ocorre por critérios histórico-culturais e de continuidade social desses traços até os dias atuais. Lutam pela titulação das terras, acesso a políticas públicas (saúde, educação) e enfrentam desafios ambientais e disputas por território. Durante a visita ao Forte, os alunos puderam observar aspectos arquitetônicos da obra, bem como a conservação do monumento, e a sua importância desde o século XVIII.

Para a estudante Maria Luisa Lôbo Gutierrez, do 3º ano B do Técnico em Informática, ter a chance de visitar um município marcado pela sua história, foi uma experiência enriquecedora. “Permitiu conhecer pessoas que lutam diariamente para conquistar seus espaços e direitos, como nos foi apresentado na comunidade quilombola de Santa Fé”, destacou.

Do 3º ano A de Química, Débora Ripardo Gomes Rodrigues disse que a experiência foi incrível. “Apesar da chuva ao longo do percurso, foi recompensador prestigiar a vista da parte mais alta do Forte Príncipe da Beira. Além disso, os guias tiveram todo o cuidado de mostrar como a área técnica que estudamos no IFRO se relaciona com a construção do forte”, citou.

A visita à comunidade também nos abriu um leque de vivências. Parecia que estávamos conversando com a própria história, diante dos saberes e da resistência que a líder da comunidade quilombola nos transmitiu. Foi uma roda de conversa muito inspiradora, que trouxe bastante conhecimento e muitas reflexões sobre a importância do respeito a todos, independentemente das etnias e da cor da pele”, refletiu Débora.

 

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