Maratona IFCAST na SNCT 2025 destaca pesquisas do Calama para enfrentar a crise hídrica e climática
Com o encerramento da Maratona IFCAST na SNCT 2025 (playlist completa), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama, consolidou um vasto painel de pesquisas voltadas para o tema central da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia: “Planeta Água: a cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”.
Apesar de Rondônia ser um estado continental, a maratona reforçou a visão de que os ecossistemas aquáticos estão interligados, sendo o Rio Amazonas e seus afluentes essenciais, pois o que acontece na Amazônia impacta diretamente os oceanos globais. Para Ricardo Bussons, Chefe do Departamento de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (Depesp – gravação disponível em https://youtu.be/ObrIqb9oHtc), “a pesquisa é vital para o desenvolvimento do pensamento crítico e para a transformação social na região. O Depesp, que organiza a SNCT no campus, busca expandir o fomento e ampliar a oferta de bolsas de estudo, garantindo a permanência dos estudantes e seu protagonismo na pesquisa”.
Inovação em Química e Tratamento Hídrico
Diversos grupos de pesquisa apresentaram soluções tecnológicas inovadoras, especialmente na área de tratamento e monitoramento da água. O Getam (Grupo de Pesquisa em Engenharia Química https://youtu.be/fCPuT55plWw) está desenvolvendo metodologias específicas para a remoção de contaminantes como antibióticos — substâncias difíceis de eliminar pelos métodos tradicionais.
Segundo o Professor Eduardo Diniz, líder do Getam, “a química é essencial, fundamental para solucionar o problema da crise hídrica que o mundo enfrenta. A Amazônia é um laboratório vivo, e nós acreditamos que a química, aliada à responsabilidade ambiental, pode transformar recursos naturais em soluções para o cuidado com a água e com a vida”.
O GIQ (Grupo de Investigação em Química) (https://youtu.be/KVrb_fu8WCM) trabalha na implantação de análises ecotoxicológicas em Porto Velho, fundamentais para avaliar se a água tratada é realmente segura para organismos vivos, especialmente diante do baixo índice de saneamento básico da capital.
Na área de materiais sustentáveis, o QMAC (Grupo de Pesquisa em Química de Materiais e Catálise https://youtu.be/kjOVpzzJTtA) utiliza carbonização hidrotermal para produzir hidrocarvão a partir de resíduos amazônicos, como sementes de açaí — uma alternativa de menor consumo energético que o carvão tradicional, alinhada à economia circular.
O Centeqma (Centro de Pesquisas em Tecnologias Químicas e Materiais da Amazônia — https://youtu.be/PsvcLXsO8hA), laboratório multiusuário, adota princípios da Química Verde ao desenvolver soluções que evitam insumos tóxicos e preservam água, solo e ar. Para as Coordenadoras Minelly Azevedo e Márcia Bay, “investir em infraestrutura de educação e pesquisa que produz ciência e tecnologia não é desperdício, é investimento — é investimento social e em recursos humanos”.
A tecnologia aparece como peça-chave para a sustentabilidade ambiental. O Gotec (Grupo de Pesquisa em Soluções Tecnológicas — https://youtu.be/UX0oHxDOoRw) e o Obtec (Observatório da Tecnologia para a Amazônia — https://youtu.be/MUKEEK6oQio) desenvolvem sensores e sistemas de monitoramento em tempo real da qualidade da água em tanques de piscicultura, buscando reduzir a atual taxa de mortalidade de peixes, que chega a 27%. O Obtec também pesquisa uma solução universal para tratamento de água (claras, escuras ou barrentas) voltada para comunidades isoladas durante eventos climáticos extremos.
O Gessea (Grupo de Pesquisa em Engenharia e Arquitetura — https://youtu.be/x8khuZPihcM) estuda o uso de resíduos de rochas ornamentais e fibras amazônicas em materiais de construção, além de utilizar softwares especializados para prever e mapear manchas de inundação em bacias hidrográficas. Para a líder do GESSEA, Valéria Costa, “é importante que tenhamos engajamento e preocupação com a sustentabilidade, pensando na nossa região e no quanto ela é rica em oportunidades para resolvermos problemas locais”.
A maratona também destacou pesquisas voltadas à saúde, tecnologia e meio ambiente. O GESSTEC (Grupo de Estudos em Saúde, Sociedade e Tecnologia — https://youtu.be/96uyMUAUK38) apresentou estudos que integram saúde, sociedade e tecnologia, discutindo como fatores sociais e ambientais influenciam a qualidade de vida na Amazônia.
O GPMecatrônica (Grupo de Pesquisa em Mecatrônica — https://youtu.be/SjjNnqTWrGA) mostrou aplicações de IoT e automação para monitoramento inteligente, reforçando a importância da engenharia no desenvolvimento de soluções eficientes para o território.
Já o episódio de qualidade ambiental com o MQA (Monitoramento e Qualidade Ambiental — https://youtu.be/mguTf57j_SM) destacou pesquisas sobre sensores, poluentes e análises ambientais, essenciais para compreender o impacto das mudanças climáticas e das atividades humanas na região.
Cooperação Internacional e Saberes Tradicionais
Pesquisadores reforçam que a Amazônia é um laboratório vivo, onde os efeitos das mudanças climáticas são cada vez mais evidentes: estiagens prolongadas, queimadas intensas e emissão de micropartículas respiráveis, que afetam a saúde cardiopulmonar, especialmente das comunidades mais vulneráveis. A cooperação internacional amplia esse impacto.
O Professor Carlos Bauer destacou o papel do Campus Calama ao sediar um espectrômetro do BIRA/IASB (Instituto Real Belga de Aeronomia Espacial — https://youtu.be/_XJx3ce5kw4), equipamento possivelmente único na América do Sul, que mede gases de efeito estufa e compostos orgânicos voláteis. As medições de Rondônia integram uma rede global de monitoramento climático.
Já os Grupos das Ciências Humanas, como o GET (Grupo de Pesquisa em Educação, Filosofia Tecnologias — https://youtu.be/ymeyhb6N3bw), o Nehli (Núcleo de Estudos Históricos e Literários — https://youtu.be/9hE6ZScWD74) e o Neabi (Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas — https://youtu.be/7dlGemdos3g), defendem que a crise climática só pode ser enfrentada com formação humana, pensamento crítico e valorização das narrativas sociais.
O PCAM (CriAmazônia: literatura, cultura e saberes da floresta — https://youtu.be/ja9OhoRaDuA) e o Neabi reforçam a importância dos saberes tradicionais e das culturas indígenas, lembrando que os povos originários são responsáveis por conservar a floresta — vista como uma “bomba d’água” que mantém o ciclo de chuvas no Brasil.
Para que os episódios ocorressem, os estudantes foram a força central da maratona. O Professor Juarez Neves do MAES (Meio Ambiente, Educação e Saúde — https://youtu.be/G1xDX5j1sOM) sintetizou a mensagem: “Aproveitem o IFRO — ensino, pesquisa e extensão — aproveitem tudo que o IFRO oferece”.
A maratona também apresentou pesquisas de áreas complementares que fortalecem a compreensão da Amazônia em diferentes dimensões. O MADE (Materiais e Dispositivos Elétricos — https://youtu.be/rFReg0f301A) destacou estudos em eficiência energética e novos materiais para melhorar sistemas elétricos na região.
O MAEER (Meio Ambiente, Educação e Energias Renováveis — https://youtu.be/B7b2RhW9HaU) trouxe iniciativas de educação ambiental e tecnologias renováveis, com foco em energia solar e sustentabilidade escolar.
O GPAC (Grupo de Pesquisa em Astronomia e Cosmologia — https://youtu.be/govRqYXNU6M) ampliou o debate ao abordar astronomia e cosmologia como ferramentas de educação científica e de entendimento dos fenômenos naturais que também influenciam o clima amazônico.
Já o GIPBSA (Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Biotecnologia e Saúde na Amazônia — https://youtu.be/VZWjqz7FRzk) apresentou pesquisas em biotecnologia e saúde ambiental, mostrando o potencial da biodiversidade amazônica na produção de soluções inovadoras para a sociedade.
Gravações para memória formativa
A Maratona IFCAST Calama 2025 integra as ações formativas previstas no Edital nº 41/2024/PVCAL – CGAB/IFRO, de 16 de agosto de 2024, destinado ao desenvolvimento de Projetos Integradores no IFRO.
O IFCAST, programa de divulgação científica do IFRO Campus Porto Velho Calama, busca aproximar a comunidade da produção acadêmica realizada pelos grupos de pesquisa. Na edição especial da SNCT 2025, apresentada por Angélica Chavier Bechara, Andrey Iago Costa Carvalho e Kétlin Clazer Scherer, foram exibidos 21 episódios, com 23 pesquisadores entrevistados. A produção contou com a atuação dos editores Paulo Gabriel Vieira Alves, Thalisson Oliveira Brito, Valnei Ferreira Gomes Filho e João Vitor Silva Maciel, responsáveis pelas versões finais exibidas ao público.
Com esse conjunto de ações, lideradas pela Professora Maria Odaíse Silva Santos e Vitor Viana da Coordenação de Comunicação Eventos (CCOM), o IFCAST reforça a divulgação a divulgação científica IFRO Calama, buscando promover a formação crítica dos estudantes e o fortalecimento da pesquisa aplicada na Amazônia.
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