3ª Mostra Científica Cultural finaliza com “Somos IFROdescendentes” no Campus Guajará-Mirim
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Guajará-Mirim, encerrou com chave de ouro a 3ª Mostra Científica Cultural “Somos IFROdescendentes”. O evento foi em 22 de novembro e se estabeleceu como um movimento essencial para o letramento racial e a valorização das identidades afro-brasileiras e indígenas. Além de transformar o campus em um vibrante centro de cultura, conhecimento e conscientização ambiental.
A jornada do dia começou com uma abertura solene, que contou com uma mesa representativa do apoio institucional e do espírito do evento. Estiveram presentes a Diretora-Geral do campus, Elaine Oliveira Costa de Carvalho; a Diretora de Ensino Thays da Silva Mandu; a Coordenadora do Neabi, Mariane Rodrigues Cortes; o representante docente Professor Augusto Rodrigues de Sousa, o servidor terceirizado e estudante de Licenciatura em Ciências Biológicas, Valdir Campos de Oliveira; e o Babalorixá Klívison Amaro Melgar, representando as religiões de matriz africana. Os discursos iniciais reforçaram o compromisso inabalável da instituição com a equidade, o respeito às ancestralidades e o combate ao racismo.
Na sequência, o público mergulhou na Mesa Redonda: Diversidade e Inclusão, que preparou o terreno para o intercâmbio cultural. A emoção tomou conta do pátio com a participação dos alunos da Escola Indígena Wem Canum Oro Waram, da Aldeia Lage Velha, que presentearam o público com danças e cantos tradicionais, celebrando a cultura dos povos originários. O intercâmbio foi completo, com os estudantes indígenas visitando as exposições e almoçando no campus. A resistência em movimento foi celebrada com a envolvente Roda de Capoeira do Projeto Florescer do Bem.
Ao longo da manhã, os participantes puderam circular por exposições temáticas, que incluíram o projeto de leitura "Eu conto ou você conta?", a fascinante Exposição de Símbolos Adinkras, trabalhos sobre Plantas Medicinais na Cultura Indígena, e um estande da FUNAI com artesanatos tradicionais de diversas etnias da região, promovendo o contato direto com a arte indígena.
O ponto de encontro e confraternização foi o almoço, marcado pela tradicional Feijoada Comunitária, um símbolo da culinária afro-brasileira e da união. A tarde trouxe mais conhecimento e competição. Enquanto o aguardado Concurso de Culinária: Sobremesas Típicas, iniciativa do Grêmio Estudantil, animava o público com a celebração dos sabores ancestrais e a valorização das raízes culinárias afro-brasileiras e indígenas, seis Salas Temáticas ofereciam aprofundamentos em debates cruciais, como "Ritmos da Resistência", "Cultura Afro-Brasileira" e a situação de "Saúde indígena". Também houve a visita dos jovens do Projeto Polícia Amelinho de Guajará-Mirim, que vieram conhecer as salas temáticas no período da tarde.
O ápice do evento foi o Desfile Garoto e Garota IFROdescendentes 2025. Mais do que uma celebração de beleza e identidade, o concurso incorporou uma forte mensagem de sustentabilidade. Conforme destacado por Roziane Jordão, Coordenadora do Projeto Integrador, a exigência de utilizar materiais recicláveis na composição dos looks transformou a atividade em uma aula prática de consciência ambiental. “Estamos fortalecendo práticas sustentáveis e mostrando aos estudantes que reciclar, pesquisar, testar e reaproveitar fazem parte de uma formação cidadã ativa”, afirmou.
A Coordenadora do Neabi, Mariane Rodrigues Cortes, que esteve à frente da organização, encerrou o evento comemorando o êxito. “Organizar a 3ª Mostra em um sábado letivo foi um desafio de grande escala, mas o sucesso do evento reafirmou nosso propósito. Foi um dia de intensa celebração e letramento, onde fortalecemos o diálogo intercultural com a presença emocionante dos alunos da Aldeia Lage Velho e a capoeira do Florescer do Bem. Recebemos também os jovens da Polícia Militar Mirim e a Funai, que trouxe a riqueza dos artesanatos. A Mostra provou ser um movimento vivo, rico em conhecimento e essencial para valorizar nossas identidades afro-brasileiras e indígenas”.
A 3ª Mostra Científica Cultural “Somos IFROdescendentes” encerrou demonstrando ser um espaço de acolhimento, resistência e celebração das múltiplas identidades que compõem a sociedade brasileira e amazônica.
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