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Campus Calama recebe romeiros da Festa do Divino do Vale do Guaporé

Publicado: Terça, 25 de Novembro de 2025, 13h38 | Última atualização em Terça, 25 de Novembro de 2025, 16h50 | Acessos: 276

Romeiros na quadraO Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama, recepcionou, no dia 14 de novembro, integrantes da manifestação religiosa centenária da Festa do Divino Espírito Santo, realizada no Vale do Guaporé.

A visita dos romeiros a Porto Velho foi idealizada pelo Professor de História, Uilian Nogueira, por meio do “Projeto Divino na Escola”. Segundo ele, a atividade representa uma importante manifestação de resistência e afirmação cultural. A iniciativa também busca fortalecer o reconhecimento oficial da Festa do Divino como Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro, valorizando a herança de comunidades que mantêm essa tradição há mais de um século.

Na quadra poliesportiva do Campus Calama, o Professor Uilian fez um breve relato sobre a origem da Festa do Divino, que há 125 anos é celebrada no Vale do Guaporé por populações remanescentes da colonização portuguesa. Estima-se que cerca de 18 mil africanos escravizados foram levados para a região. Pela primeira vez, os romeiros visitaram a capital, reafirmando o compromisso com a preservação das práticas e dos saberes dos povos tradicionais de Rondônia.

A celebração do Divino acontece anualmente ao longo de quarenta dias, por meio de uma romaria fluvial que reúne comunidades ribeirinhas do Brasil e da Bolívia. Durante a visita ao campus, os romeiros entoaram cânticos e participaram de momentos de partilha sobre a tradição, após a exposição do Professor Uilian, que explicou a origem da festa em Vila Bela da Santíssima Trindade (MT) e sua difusão por todo o Vale do Guaporé.

Como parte da programação, foi montada uma mostra com registros fotográficos e documentais das romarias do Guaporé e de Guajará-Mirim, reunindo imagens referentes a mais de três décadas de celebrações. A exposição permanece aberta à comunidade acadêmica durante todo o mês de novembro, no Campus Calama.

lançamento do livroAinda na programação, foi realizado o lançamento do livro “Festa do Divino do Guaporé”, de autoria do Professor do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), William Simplício. A obra é resultado de sua dissertação de mestrado, desenvolvida junto às comunidades do Vale do Guaporé. Durante o lançamento, o autor reconheceu moradores e famílias que participaram de sua pesquisa e distribuiu exemplares como forma de homenagem, destacando que o contato direto com as irmandades foi o aspecto mais valioso de seu trabalho.

Esse trabalho é fruto dos festejos de Rolim de Moura do Guaporé, em 2014, e de Pimenteiras, em 2015. O livro é dividido em três partes: a historicização da festa, a discussão sobre as devoções e, por fim, os estudos culturais junto às comunidades remanescentes de quilombos”, explicou Simplício. Ele ressaltou, ainda, que o conhecimento mais profundo sobre a manifestação pertence às próprias comunidades, convidando os presentes a ler a obra e contribuir com novas interpretações.

Representando a irmandade de Guajará-Mirim, Narciso Massaro destacou a importância do momento. Segundo ele, duas coroas e duas bandeiras – uma de Guajará-Mirim e outra do Vale do Guaporé – foram levadas ao campus para apresentar aos estudantes o significado do Divino Espírito Santo como patrimônio cultural da região. Ele afirmou conhecer a tradição desde a infância e participar ativamente da romaria há cinco anos.

A romeira Ilda Batista também compartilhou sua experiência, explicando que as mulheres participam da festa como devotas e, em alguns casos, exercem o papel de Imperatrizes, de acordo com a hierarquia da celebração. Participante da romaria há mais de vinte anos, ela destacou o encantamento em visitar Porto Velho e integrar as procissões programadas na capital.

Ao final da atividade, o Professor Uilian Nogueira avaliou a ação de forma positiva, ressaltando a satisfação em recepcionar os romeiros no Campus Calama e proporcionar à comunidade acadêmica o contato direto com uma tradição religiosa centenária, desconhecida por muitos.

 

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