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“Conexão, Legado e Movimento” reforça protagonismo da ciência amazônica no debate sobre o “Planeta Água” durante SNCT do Calama

Publicado: Quarta, 19 de Novembro de 2025, 14h23 | Última atualização em Quarta, 19 de Novembro de 2025, 14h23 | Acessos: 219

CLM Calama 5O C.L.M. (Conexão, Legado e Movimento) integrou a programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama. O painel de debates colocou a ciência amazônica no centro das discussões sobre água, clima e desenvolvimento sustentável.

O encontro articulou pesquisa, inovação e educação em torno do tema nacional “Planeta Água: a cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”. Debate que faz parte do papel do campus como produtor de conhecimento estratégico para a região e para o país. O painel, mediado por Ricardo Bussons da Silva, Chefe do Departamento de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do campus, apresentou três eixos complementares: monitoramento atmosférico e cooperação internacional; química verde e tecnologias sustentáveis; e divulgação científica por meio da astronomia.

O objetivo foi conectar evidências científicas às políticas e práticas que impactam diretamente o regime hídrico e a vida na Amazônia. O Professor Carlos Augusto Bauer Aquino (IPEN/colaborador do Instituto Real Belga de Aeronomia Espacial — BIRA-IASB) apresentou resultados de uma parceria internacional que opera, desde 2016, um espectrômetro único na América do Sul instalado no campus.

As medições locais, integradas a redes internacionais, permitem analisar gases de efeito estufa e processos de formação de nuvens que influenciam o chamado fenômeno dos “rios voadores”, responsável por regular os regimes de chuva no continente. “Os dados obtidos na Amazônia são fundamentais para compreender a dinâmica dos gases de efeito estufa e seus efeitos no regime hídrico continental. Estudos sobre circulação atmosférica e rios voadores demonstram que a região desempenha um papel estratégico na regulação climática do planeta”, afirmou Bauer. Ele também destacou a necessidade de fortalecer a cooperação científica e a infraestrutura local para gerar séries temporais robustas que subsidiem modelos climáticos e políticas públicas adaptadas à realidade amazônica.

Na sequência, a Professora Minelly Azevedo, Coordenadora do CENTEQMA (Centro de Tecnologias Químicas e Materiais da Amazônia), apresentou avanços em Química Verde e biotecnologia aplicados à preservação dos recursos naturais. O CENTEQMA, laboratório multiusuário consolidado no IFRO Calama, amplia o acesso de estudantes e pesquisadores a equipamentos analíticos de ponta e orienta soluções que minimizem impactos sobre águas e solos.

As pesquisas em Química Verde desenvolvidas no CENTEQMA evidenciam que a sustentabilidade depende de processos laboratoriais e industriais menos agressivos, com uso racional de insumos e tecnologias que minimizem impactos sobre os recursos hídricos e o ecossistema amazônico como um todo”, afirmou a professora. Minelly também ressaltou a importância do centro para a formação técnica e para a transferência de tecnologia ao setor produtivo regional, contribuindo para práticas econômicas mais sustentáveis.

Por fim, o Professor Fernando Dall’Igna, líder do GPAC/AstroIFRO, relacionou astronomia e educação científica ao tema hídrico: a compreensão do “Planeta Azul” e dos processos planetários — como a origem da água por impactos de corpos celestes ou os efeitos de estufamento observados em Vênus — tornam-se ferramentas pedagógicas para ampliar o entendimento público sobre mudanças climáticas. O GPAC desenvolve ações que combinam planetário móvel, observações públicas e projetos de extensão, traduzindo linguagem técnica para comunidades locais e valorizando saberes ribeirinhos e o pertencimento regional.

A astronomia fornece ferramentas essenciais para interpretar o planeta como um sistema integrado. Ao relacionar ciclos da água, radiação solar e variáveis atmosféricas, ampliamos a compreensão dos fenômenos climáticos que afetam diretamente a Amazônia e outras regiões tropicais”, explicou o professor.

Ao integrar monitoramento atmosférico, química aplicada e divulgação científica, o painel do C.L.M. apresentou um diagnóstico e caminhos práticos que envolvem desde a produção de dados locais de alta qualidade até a formação de recursos humanos e o desenvolvimento de tecnologias com menor impacto ambiental. A combinação desses elementos foi apresentada como condição necessária para que a Amazônia exerça protagonismo nas soluções climáticas.

Para Vitor Viana, idealizador do C.L.M., a iniciativa fortalece a interlocução entre ciência e sociedade. “Ao estruturar o C.L.M. dentro da SNCT, buscamos fortalecer a interlocução entre pesquisadores, estudantes e a comunidade, promovendo discussões qualificadas sobre clima, recursos hídricos e tecnologias sustentáveis. A ciência produzida no IFRO é estratégica para compreender e enfrentar os impactos ambientais na Amazônia”. Ele ressaltou que o encontro evidenciou como a produção científica do IFRO, em parceria com outros centros e com ações de extensão, é fundamental para transformar conhecimento em políticas e práticas que protejam o Planeta Água. “Ao final, a proposta do C.L.M. se reafirmou: consolidar conexões, preservar legados e impulsionar movimentos que coloquem a Amazônia no centro das respostas às urgências climáticas”, destacou Vitor.

 

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