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IFRO e UNIR realizam seminário que discute 30 anos da resistência camponesa de Corumbiara

Publicado: Terça, 18 de Novembro de 2025, 09h18 | Última atualização em Terça, 18 de Novembro de 2025, 09h19 | Acessos: 633

png cartaz1A comunidade interna e externa está convidada a participar, nos dias 20 e 21 de novembro, no Auditório da Universidade Federal de Rondônia (UNIR Centro), em Porto Velho, do seminário que marca as três décadas da resistência camponesa de Corumbiara (RO). O evento “A atualidade da questão agrária na passagem dos 30 anos da resistência camponesa de Corumbiara” é organizado por grupos de pesquisa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) e da UNIR e contará com debates, exibição de filmes e lançamento de duas obras.

O Coordenador do Observatório do IFRO, membro do Núcleo de Estudos Históricos e Literários (Nehli/IFRO) e um dos organizadores do seminário e do livro, Márcio Marinho Martins, destaca que o encontro pretende ampliar a reflexão sobre a questão agrária no estado. Ele explica que a proposta é “promover a discussão acerca da Questão Agrária e dos conflitos socioespaciais existentes em Rondônia, tendo como marco histórico a passagem dos 30 anos do massacre de Corumbiara”.

Os pesquisadores envolvidos observam que Rondônia enfrenta, há décadas, tensões que combinam expansão do agronegócio, desmatamento e conflitos por terra. Levantamentos do IBGE indicam queda expressiva da população rural e redução dos estabelecimentos da agricultura familiar. Esses fenômenos, segundo o grupo, revelam um processo contínuo de expropriação e reorganização territorial, especialmente em regiões como Vale do Guaporé, Ponta do Abunã, Cujubim, Machadinho d’Oeste, Nova Mamoré e Porto Velho.

Para o Professor da UNIR e também organizador do evento e da obra, Ricardo Gilson da Costa Silva, “Rondônia é um estado jovem, concebido na geopolítica militar para a ocupação da Amazônia. Ainda que jovial, traz em sua formação socioespacial os traços paradoxais que marcam a sociedade brasileira em sua longa trajetória histórica”. Ele ressalta que, mesmo após três décadas, “a luta pela terra em Rondônia persiste em um cenário marcado pela violenta expansão do latifúndio e do agronegócio”.

Ao recordar o episódio que motivou o seminário, o Professor Márcio Martins afirma que “no dia 9 de agosto de 2025, completaram-se 30 anos do chamado ‘Massacre de Corumbiara’ ou ‘Batalha de Santa Elina’, como apontam os diversos camponeses que entrevistamos”. Para ele, os assassinatos e violações cometidos contra trabalhadores rurais naquele período foram incapazes de frear a luta pela terra. “Desde então, inúmeras ocupações de terras e sucessivos enfrentamentos entre pistoleiros e camponeses transformaram o campo rondoniense em um espaço marcado por conflitos agrários”, afirmou.

A Professora da UNIR, Marilsa Miranda de Souza, também organizadora da obra e do seminário, avalia que o livro lançado no evento é um material importante para compreender esse processo histórico. Para a docente, a obra “de certa forma, revela os paradoxos e a dialética do processo histórico de expropriação no campo. Um convite à reflexão deste momento histórico que vivenciamos”.

O seminário contará com mesas-redondas sobre temas como os 30 anos do massacre, a criminalização da luta pela terra e os impactos do agronegócio na reorganização territorial do estado. A programação inclui ainda cine-debate e homenagens aos camponeses mortos em Corumbiara. Entre os convidados está a pesquisadora Helena Angélica de Mesquita, referência nacional nos estudos sobre a questão agrária.

 

Inscrições

As inscrições para o evento podem ser feitas por meio do link: https://abrir.link/WCDSH e estarão abertas até o dia 20 de novembro. Toda programação será realizada no auditório da UNIR Centro, iniciando às 8h30 do dia 20/11.

No dia 21, serão lançados os livros “Rondônia: questão agrária e memória da resistência camponesa de Corumbiara”, publicado pela Edições Amazônia PPGG/UNIR e Temática Editora e Cursos, com 15 capítulos dedicados ao tema, e “Nossa primavera começa em agosto”, de autoria da pesquisadora e militante Maria Estélia de Araújo.

A participação é aberta à comunidade interna e externa, mediante inscrição, e a certificação será concedida a quem registrar presença durante o evento.

 

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