Alunos do Calama visitam ONG que atua na reintegração de egressos do sistema prisional
Estudantes do 2º ano do Curso Técnico em Edificações Integrado ao Ensino Médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama, participaram de uma experiência marcante ao visitarem a Organização não Governamental Acuda (Associação Cultural e de Desenvolvimento do Apenado e Egresso), que atua na reintegração social de pessoas privadas de liberdade e egressos do sistema prisional.
A visita técnica foi acompanhada pelos Professores Cássio Alves Lus (Sociologia) e Joilson Mendes Arruda (Literatura), como parte das ações pedagógicas interdisciplinares desenvolvidas pela instituição. Durante a atividade, os alunos puderam conhecer de perto as metodologias aplicadas pela Acuda, que utiliza a educação e a cultura como ferramentas de transformação social.
A ONG trabalha com práticas que envolvem desde meditação até a expressão artística por meio do teatro. Um dos destaques da visita foi a apresentação da peça Bizarrus, encenada por reeducandos. O espetáculo retrata histórias reais de vida, crimes, arrependimentos e sonhos, com forte apelo emocional e reflexivo.
Para os estudantes, o contato direto com as narrativas dos atores permitiu compreender com mais profundidade a realidade do sistema prisional e as dificuldades da reinserção social. Kaiki Kauã Costa Silva, um dos alunos participantes, relatou ter ficado profundamente tocado com a experiência. “Teve uma cena sobre racismo, outra sobre a mãe que perdeu o filho para o crime. Cada ator contou sua história, seu arrependimento, seus sonhos. Isso me arrepia. Eles mostraram o que realmente querem passar: que o crime não é o caminho. A gente vê que essa realidade está perto da gente, na nossa família, no nosso bairro”, disse.
A estudante Maria Carolina Euflazio Falleiros destacou a diferença entre o aprendizado teórico e o contato direto com as vivências reais. “Na aula, a gente tem livros, vídeos, dados. Mas ali, no teatro, diante de quem viveu aquilo, é completamente diferente. A gente sente a dor deles. Isso nos ajuda a entender de verdade o impacto do crime e a importância da reintegração”, afirmou.
A visita à Acuda fez parte de uma proposta pedagógica que busca integrar o conhecimento teórico à vivência prática, ampliando o olhar crítico e social dos estudantes sobre questões como justiça, exclusão, arrependimento e reconstrução de trajetórias.
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