Instituto Federal de Rondônia

Projetos do IFRO ganham destaque na segunda edição do Prêmio Sebrae de Educação Empreendedora 2021

Quatro projetos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) foram agraciados com o Prêmio Sebrae de Educação Empreendedora 2021 e poderão participar da seletiva nacional, que ocorre no mês de maio em São Paulo. A segunda edição da premiação, etapa regional, ocorreu na noite de 22 de fevereiro de 2022, com reconhecimento para ações desenvolvidas nos Campi Ji-Paraná, Porto Velho Zona Norte e Vilhena. O Instituto Federal de Rondônia também recebeu a menção honrosa pelo “compromisso com o desenvolvimento de competências empreendedoras”, durante a cerimônia, por meio da Diretora-Geral do Campus Porto Velho Zona Norte, Ariádne Joseane Félix Quintela.

Na Categoria Educação Profissional, o primeiro lugar foi ocupado pelo Projeto Ava Inclusivo e as Possibilidades da Tecnologia Assistiva no Ambiente Virtual, da Professora do Campus Ji-Paraná Ilma Rodrigues de Souza Fausto, sob orientação das Professoras do Mestrado em Educação Escolar (PPGEEProf/UNIR) Marlene Rodrigues e Ruth Maria Mariani Braz.

Em segundo lugar ficou o Projeto GoIFRO Zona Norte: Integrar para Motivar/ Campus Porto Velho Zona Norte, de Guilherme Tadaki Tazo Gaspar e Alessandro Marian. E a terceira colocação destacou o Projeto Laboratório de Fábricas de Software (FSLab), de Marco Antônio Augusto de Andrade, Juliano Fischer Naves, Gilberto Pereira da Silva e Flávio de Almeida Lico, servidores do Campus Vilhena.

Também teve destaque na Categoria Educação Superior, em que o Projeto Conecta IFRO: Conhecimento além das Fronteiras ganhou em primeiro lugar. A iniciativa é desenvolvida pelos docentes do Campus Porto Velho Zona Norte: Luciana Aparecida Barbieri da Rosa, Valdeson Amaro Lima e Rosa Martins Costa Pereira.

O Diretor de Programas e Projetos de Extensão da Pró-Reitoria de Extensão (Proex/IFRO), Sergio Francisco Loss Franzin, foi um dos representantes da instituição no evento. Segundo ele, a “premiação representa um reconhecimento pelos esforços do IFRO em favor de uma educação profissional de qualidade, direcionada para a resolução de problemas, o enfrentamento de desafios de mercado, a sustentabilidade e a criação de oportunidades de desenvolvimento. O alcance de quatro premiações em seis possíveis demonstra que o trabalho está sendo realizado de acordo com o que a sociedade demanda, visto que a premiação foi oferecida por uma das instituições mais representativas do Brasil: o Sebrae. Parabenizamos o Sebrae/RO por abrir essa oportunidade”.

Destaques

Campeão entre os inscritos na Educação Profissional, o Projeto Ava Inclusivo trata sobre a acessibilidade no ambiente virtual tanto para produção de documentos pelos professores quanto pelos alunos, dentro da tecnologia assistiva para ter acesso ao ambiente on-line. O projeto foi implantado em 2020 e amplamente utilizado em 2021 no Campus Ji-Paraná e desde então o sistema foi ampliado aos demais campi da instituição.

A Professora Ilma Rodrigues de Souza Fausto, que desenvolveu o projeto e é Coordenadora de Educação a Distância no IFRO Campus Ji-Paraná, promoveu cursos sobre a acessibilidade didática de documentos para que os professores pudessem trabalhar a inclusão de forma cotidiana. O projeto é parte integrante da dissertação de mestrado pelo Programa de Mestrado PPGEEProf/UNIR, que tem parceria com o IFRO.

No caso do destaque na competição envolvendo projetos da Educação Superior, o vencedor foi o projeto Conecta IFRO: conhecimento além das fronteiras, que promoveu no âmbito do Campus Porto Velho Zona Norte uma série de rodas de conversas sobre temas diversos e com a participação de profissionais de diferentes áreas e instituições. As metas eram apresentar temáticas que tivessem impacto no desenvolvimento pessoal, profissional, social, familiar dos alunos do IFRO, além de convidar palestrantes de outros estados e países. Aprovado pelo Edital 5/2021, de seleção interna de propostas de projetos integrados de ensino, pesquisa e extensão, foi coordenado por Luciana Barbieri.

A ideia era auxiliar no aperfeiçoamento pessoal e profissional de discentes, docentes e da comunidade em geral no âmbito de um ambiente interdisciplinar para formação do conhecimento, conectando teoria e sua aplicação prática. Segundo a Professora Luciana, “é a partir da troca de sapiências que crescemos, aprendemos e tornamos o mundo um lugar melhor”.

“Diversos foram os resultados com a realização do evento. Dentre eles pode-se citar: aproximação de pesquisadores com estudantes das distintas modalidades e níveis de ensino, despertando vocações científicas e tecnológicas e criando oportunidades de desenvolvimento de futuros trabalhos que visem à melhoria da economia e da pesquisa brasileira; auxílio na divulgação do ensino e da pesquisa no estado de Rondônia; ampliação no número de parcerias acadêmicas e a aproximação de outras Instituições de Ensino em nível nacional como também internacional tais como: Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Universidade de Algarve (Portugal), Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL-Portugal), Universidade do Porto (Portugal), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), entre outros”, completa Luciana Barbieri.

Conforme a acadêmica do 4º período do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Comercial do Campus Porto Velho Zona Norte, Jéssica Sabatini, “foi uma experiência interessante como estudante. Adquiri experiências inesquecíveis ouvindo resultados de estudos de vários professores, doutores e mestres e vários regiões do país e até de fora do país. E me senti orgulhosa em saber que o projeto Conecta IFRO foi premiado em primeiro lugar, pois sei que tudo foi feito com dedicação e carinho por toda equipe. Acho importantíssimo os estudantes terem essa responsabilidade de participar de projetos estudantis de estudos durante sua vida acadêmica”.

Bárbara Cristina Vieira também está finalizando o Curso CST em Gestão Pública e diz que o Conecta IFRO foi uma iniciativa muito importante para a comunidade acadêmica e para a sociedade. “E para mim não só como aluna/bolsista no projeto, mas principalmente como cidadã. A troca de ideias que tivemos com os pesquisadores foi essencial e contribuiu pra aprofundar ainda mais nosso conhecimento. Com certeza, uma experiência enriquecedora e que agregou muito para mim, vai ajudar a me aperfeiçoar como pessoa e também como profissional”, avalia a estudante.

O projeto foi realizado em oito encontros, iniciando no dia 29 de abril, e possuiu como escopo atuar na multiplicação de atividades educativas inovadoras, cujo público-alvo é formado por alunos do ensino médio à pós-graduação do IFRO e de outras instituições. Os temas abordados foram sustentabilidade, gestão do conhecimento, empreendedorismo, cidades sustentáveis, políticas públicas e turismo, por exemplo, a partir de explanação de profissionais locais e de outras regiões do Brasil e do exterior.

Para o Professor Váldeson Amaro Lima, que é co-coordenador do projeto, “iniciativas como esta reforçam a articulação institucional do IFRO e favorecem o campo multidisciplinar em que a instituição está inserida, oportunizando a vivência, ainda que de forma remota, com experiências distintas sobre um mesmo assunto, e trazendo luz às problemáticas locais identificadas como campo foco do projeto”.

“O Conecta IFRO é uma criativa oportunidade de vivenciar possibilidades de ensino-pesquisa-extensão em um ambiente de interação e mútua aprendizagem. Considero um projeto que possui um grande potencial de inovação pedagógica e de relevância social por agregar e mobilizar diferentes grupos e conhecimentos”, afirma a Professora do Campus Zona Norte e colaboradora do projeto, Rosa Martins Costa Pereira.

Ainda segundo os docentes participantes, o networking e as temáticas abordadas nas rodas de conversas resultaram em aprendizagem significativa e no incremento do interesse pelas temáticas apresentadas que poderão ser utilizadas em trabalhos de conclusão de curso. “Deseja-se ainda que o Conecta IFRO permita que novos questionamentos despontem a respeito dos temas e que se mantenham enraizados os conceitos e saberes transmitidos e discutidos durante os meses de sua realização”, finalizam.

Vilhena

Representando o Cone Sul do estado, o projeto FSLab é um programa de extensão do Campus Vilhena, que envolve do Curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio e do Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas na busca por aproximar alunos do mercado de trabalho, desenvolvendo soluções de software para o IFRO e para parceiros. Atualmente são 17 bolsistas, sendo 4 de ADS e 13 do curso técnico em informática.

Os responsáveis pelo projeto mostram que na FSLab os alunos são confrontados com problemas reais que precisam ser selecionados através do projeto e desenvolvimento de um software. Além disso, eles utilizam as tecnologias de desenvolvimento modernas e em ampla demanda no mercado de trabalho. No quesito empreendedorismo, os alunos aprendem a gerenciar projetos através de metodologias ágeis, tais como Kanban e Scrum, tornando-se aptos ao mercado de trabalho, seja na condição de contratado ou empreendedor do ramo de Tecnologia da Informação.

Até o momento foram desenvolvidos e entregues quatro softwares. O Painel Covid-19 da Prefeitura de Vilhena foi o primeiro software do tipo a entrar em funcionamento no estado de Rondônia. Para a Fundação Cultural de Vilhena foi desenvolvido um site. E em breve será feita a transferência de tecnologia e registro de outros dois softwares. O gerenciador de Hemocentros, atendendo uma demanda do Hemocentro de Ji-Paraná e o Gerenciador de bibliotecas, atendendo uma demanda da biblioteca municipal de Vilhena. O processo de transferência e registro está sendo realizado pelos alunos do Mestrado Profissional em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (PROFNIT/IFRO), sob a supervisão do Professor Juliano Fischer Naves.

Vários outros softwares estão em desenvolvimento no momento, como o Classificador de madeiras (Polícia Federal), Plataforma de Eventos (IFRO), Portfólio de projetos (IFRO), Plataforma de Cursos (FSLab), Plataforma NIMPI (IFRO), Plataforma MIV (Fundação Cultural Vilhena - RO), Site Conselho Municipal das Mulheres (Vilhena-RO), Site Observatório Políticas Públicas (IFRO Vilhena).

Em 2020, o Departamento de Extensão do IFRO investiu cerca de R$ 150.000,00 no FSLab, que foram utilizados para aquisição de computadores, servidor de rede, mesas e reforma do espaço físico. Os professores envolvidos na FSLab são: Marco Antonio Augusto de Andrade, Flávio de Almeida Andrade Lico, Gilberto Pereira da Silva e Juliano Fischer Naves,

Ensino médio

O Projeto GO IFRO atuou com estudantes vindos do ensino médio para cursar formações técnicas no Instituto Federal. Foram realizadas duas edições no período de fevereiro a dezembro de 2019, com alunos dos Cursos Técnico Concomitante em Administração, Computação Gráfica, Finanças, Informática para Internet e Recursos Humanos do Campus Zona Norte. Os coordenadores do projeto, Guilherme Tadaki e Alecsandro Marian, contam que aproximadamente 420 participantes estiveram envolvidos diretamente no projeto. Mais 16 docentes, 13 técnicos e 8 alunos voluntários de curso subsequente.

O projeto buscou estimular os alunos a desenvolverem habilidades estratégicas, trabalho em equipe e de liderança através de atividades sociais, recreativas e empreendedoras, como sujeitos ativos, utilizando experiência e conhecimento para resolução dos desafios contidos em cada etapa do projeto.  “Uma experiência única e marcante de aprendizagem”, ressaltam os docentes. O projeto foi dividido em quatro etapas: ação social, gincana, workshop e visitas técnicas.

Iniciando pela Ação Social, o objetivo foi a arrecadação de roupas e alimentos não perecíveis para a doação, uma forma de estimular o trabalho social e ajudar a comunidade externa. Na segunda edição, houve a inclusão da Doação de Sangue a Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado de Rondônia (Fhemeron). Cerca de seis mil peças de roupas e 600 kg de alimentos (1ª edição); e oito mil peças de roupas, 1.400 kg de alimentos e 39 doadores de sangue (2ª edição). Na etapa da Gincana, ocorreram jogos, atividades que visassem estimular a criatividade, o trabalho em equipe e a recreação.

Já no workshop, as turmas dos cursos foram divididas em equipes, cada uma em sua área de conhecimento, para realizar pesquisas bibliográficas sobre temas previamente definidos pelos coordenadores dos cursos, com o objetivo de apresentarem a alunos de escolas públicas como forma de divulgação dos nossos cursos ao futuro público. Com isso, mais de mil alunos do 9° ano do ensino fundamental e 1°, 2° e 3° anos do ensino médio de escolas públicas visitaram e conheceram o campus de perto durante quatro dias de workshop.

Por fim, a Visita Técnica, visou proporcionar aos alunos a oportunidade de comparar a teoria estudada em sala de aula com as práticas utilizadas pelos empreendedores que abriram suas empresas aos alunos e a toda a equipe presente (na primeira edição foram visitadas 7 empresas da cidade de Cacoal - RO e na segunda edição os alunos puderam visitar a sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) em Manaus/AM).

“Em todas as etapas os alunos foram os protagonistas do projeto, alcançando resultados incríveis”, explicam os coordenadores, destacando os principais resultados alcançados pelos estudantes que participaram do projeto. A exemplo dos “aproximadamente 90 alunos puderam embarcar em uma viagem em busca do empreendedorismo regional, por meio da visita técnica realizada a sete empresas da cidade de Cacoal (I edição) e puderam ter uma dimensão muito maior do que há no Norte do País, quando realizamos a visita à sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (II edição)”.

“Além disso, a maioria dos nossos alunos nunca havia experimentado a oportunidade de conhecer a realidade de outras cidades além de Porto Velho, e isso foi um fator impactante na vida de cada um. O GOIFRO ZN foi uma experiência única e marcante para todos que participaram”, finalizam os professores.