Semana Pedagógica do IFRO integrou servidores de todos os campi
A palestra ‘Princípios da Pedagogia do Trabalho’, proferida pela professora e pesquisadora Acácia Kuenzer, abriu a Semana Pedagógica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), no dia 1º de fevereiro, que foi realizada de forma integrada entre todos os campi da instituição para alinhar e aprimorar as políticas institucionais para o ensino, visando fortalecer o currículo e o resgate às bases e princípios da Educação Profissional e Tecnológica.
Estiveram presentes na ocasião, o Reitor Pro Tempore do IFRO, Edslei Rodrigues de Almeida; a Pró-Reitora de Ensino, Sheylla Chediak; o Diretor-Geral do Campus Porto Velho Calama, Leonardo Pereira Leocádio; a Diretora-Geral do Campus Porto Velho Zona Norte, Ariadne Félix Quintela; os Diretores de Ensino, Sari Possari Santos, do Campus Calama e Geraldo Castro Cotinguiba, do Campus Zona Norte; que compuseram a mesa diretiva do evento, que contou também com a presença de professores e técnicos educacionais dos campi Porto Velho Calama, Zona Norte e Reitoria. Professores e técnicos de todos os campi interagiram por meio da transmissão que foi feita pelo canal oficial do IFRO no Youtube.
A Diretora de Ensino do Campus Calama, Sari Possari, agradeceu a presença da palestrante Acácia Kuenzer, disse que o encontro pedagógico é muito importante para avaliar as práticas, trocar experiências e compartilhar ideias para que se possa trabalhar de forma colaborativa. Desejou a todos uma semana proveitosa que possa se converter em bons projetos de ensino, pesquisa e extensão.
O Diretor de Ensino do Campus Zona Norte, Geraldo Cotinguiba enalteceu a ideia de unir as propostas dos dois campi com a finalidade de alinhar as expectativas e “refletir sobre o papel dos educadores, trabalhando em prol da esperança e reconstrução do Brasil”. Destacou o papel da educação em sua vida, por influência de sua mãe, lembrando a missão dos educadores, afirmando que “estudar é o maior ato de rebeldia que pode acontecer para modificar a condição das pessoas”. Disse que nasceu e trabalhou na roça e hoje é docente e cientista social, afirmando que “não vejo horizonte fora da educação, porque ela é um processo transformador”.
Ariadne Félix Quintela, Diretora-Geral do Campus Porto Velho Zona Norte, agradeceu a Pró-Reitora de Ensino, Sheylla Chediak pela iniciativa de integrar a Semana Pedagógica entre todos os campi e lembrou a fala do pensador indígena Ailton Krenak, que diz que “nosso tempo é especialista em produzir ausências: do sentido de viver em sociedade, do próprio sentido da experiência da vida. Isso gera uma intolerância muito grande com relação a quem ainda é capaz de experimentar o prazer de estar vivo, de dançar e de cantar”. Com isso, destacou “a importância do diálogo, sempre muito importante para aproximar as pessoas”.
O Diretor-Geral do Campus Calama, Leonardo Pereira Leocádio, deu as boas vindas a todos neste início de ano letivo e lembrou que 2023 será de fato o primeiro ano pós-pandemia, a despeito das dificuldades enfrentadas por todos no ano passado que, segundo ele, foi muito mais difícil para recomeçar as atividades. Elogiou a iniciativa da semana pedagógica integrada, que reúne várias pautas comuns, possibilitando discussões mais transversais, o aperfeiçoamento da técnica, bem como o desenvolvimento humano aliado à técnica. Destacou o trabalho da professora Acácia Kuenzer como colaboradora frequente da instituição, bem como seu trabalho pelo desenvolvimento da educação. Desejou a todos um ano produtivo, leve e tranquilo.
A Pró-Reitora de Ensino, Sheylla Chediak, cumprimentou os servidores de todos os campi e disse sobre o sonho da integração e da colaboração, aprofundando o diálogo e a união para se instrumentalizarem no desenvolvimento de uma educação que se sonha. Destacou o papel da professora Acácia Kuenzer como referência nacional para a rede federal de educação profissional, científica e tecnológica, para o fórum dos dirigentes do ensino e para todos educadores e pesquisadores da área. Disse da importância do trabalho da professora Acácia, voltado à formação de educadores, no que diz respeito à Educação e Trabalho, Educação Tecnológica, Ensino Médio Integrado e formação de professores, e a satisfação por ela estar colaborando com o IFRO. Disse ser necessária a formação e a luta constantes para se manter as condições satisfatórias para se desenvolver a pauta que sempre defendem para a manutenção de um ensino de qualidade. 
Ao cumprimentar todos os presentes e os servidores dos campi do IFRO, o Reitor Pro Tempore, Edslei Rodrigues de Almeida, cumprimentou a Diretora de Ensino, Sari Possari que estava iniciando as atividades da área naquela data e destacou o trabalho da Pró-Reitora de Ensino, Sheylla Chediak que, segundo ele, possibilitou evoluir para a realização dessa semana pedagógica integrada. Falou das superações existentes no período de pandemia e agradeceu “o empenho de todos para garantir o papel do IFRO como um lugar de aprendizado exponencial, onde todos possam ser valorizados e apoiados”.
Ao abrir a palestra, a professora Acácia Kuenzer manifestou sua solidariedade aos povos indígenas que “enfrentam uma situação que nunca imaginávamos que pudéssemos ver no nosso país. Esperamos que consigamos recuperá-los e que possam sair da situação de penúria em que se encontram”. Especificamente sobre as mazelas acentuadas por que passa o Povo Yanomami, “porque o processo de genocídio está se dando principalmente pela morte das crianças até seis anos de idade e isso significa a extinção da raça”. Também fez menção aos 40 milhões de brasileiros que enfrentam situação de insegurança alimentar. “Muitos desses, que não fazem três refeições por dia, são os alunos dos institutos federais, que encontram nesse espaço de escola pública, gratuita e de qualidade, referenciada socialmente, um alento para poder lutar por uma inserção menos desqualificada para alcançar o mundo do trabalho”. Segundo ela, precisamos estar comprometidos com essa população. Também se solidarizou “com aqueles que lamentaram a barbárie ocorrida com a cultura e a democracia no dia 8 de janeiro”, sem querer ferir posições políticas, conforme observou. Acácia Kuenzer focou a discussão sobre a pedagogia do trabalho em cima da construção das diretrizes pedagógicas de forma coletiva.
Segundo ela, o ensino médio, do ponto de vista da legislação não existe mais. Disse que uma das características da educação pós-moderna é a fragmentação, “como filha dileta da flexibilização”. A palestra prosseguiu com a exposição e discussão sobre as diretrizes pedagógicas para os cursos de educação profissional técnica de nível médio; dos pressupostos sobre a pedagogia da educação para o trabalho. Disse que ainda há uma confusão sobre o princípio criativo do trabalho, que não é, conforme ela, educar para o trabalho, nem mesmo apresentar todas as técnicas, mas sim, “a nossa capacidade de ler o movimento do real, para entender o que a sociedade contemporânea precisa para poder formar seus intelectuais e trabalhadores”. A palestra prosseguiu com a discussão de tópicos como: o conhecimento se constrói na prática, sustentada pela teoria; a aprendizagem como construção de novas sínteses, a partir de conhecimentos prévios; a concepção de competência como práxis; professoras e professores como mediadores na relação entre os estudantes e o conhecimento; entre outros temas derivados dessa discussão. Após a explanação, a educadora respondeu aos questionamentos dos professores no auditório e outras encaminhadas pelos professores dos campi do interior.
O professor de Sociologia Raimundo José dos Santos Filho, do Campus Calama, presenteou a educadora Acácia Kuenzer com um livro de sua autoria. Ele disse que a professora é um ícone na educação e esse é “um momento fantástico para se promover um debate que busca implementar uma educação formadora, para se criar e produzir conhecimentos junto aos alunos. Para que tenham uma visão ampla e uma vida produtiva”.
A Semana Pedagógica prossegue com a palestra “Formação inicial de professores e análise da BNCC”, no dia 2/02; às 16h, no Campus Porto Velho Zona Norte; também conduzida pela professora Acácia Kuenzer. No Campus Ji-Paraná, no dia 10/02, será realizada a palestra “O papel da EPT na construção e desenvolvimento dos alunos da Educação Inclusiva”, com a Professora Carla Ariela Rios Vilaronga. Fazem parte da programação a capacitação “Comunicação Institucional e as Relações interpessoais”; e as oficinas: “Práticas Integradoras” e “O papel da EPT na construção e desenvolvimento dos alunos da Educação Inclusiva”. As palestras serão transmitidas pelo canal do IFRO no YouTube: youtube.com/@IFRONDONIA
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