Instituto Federal de Rondônia

Ações ligadas ao cultivo de capim capiaçu realizado pelo Campus Colorado beneficiam produtores rurais durante a pandemia

No ano de 2020 vários setores sofreram turbulências devido à pandemia do novo coronavírus. Na área de educação não foi diferente. Professores, técnicos e alunos tiveram que se reinventar e buscar novas tecnologias e maneiras de colocar em prática o conhecimento para que os projetos e serviços não parassem, situação essa vivida pelos campi do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO). Um dos projetos que tiveram continuidade foi o de cultivo do BRS capim capiaçu no Campus Colorado do Oeste. A variedade cultivada trata-se de um clone do capim-elefante, que foi desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e possui um alto índice de suplementação na silagem ou picado verde, além da biomassa energética.

Uma das ações ligada a esse projeto foi a capacitação de produtores rurais do Cone Sul de Rondônia, em agosto de 2020, para a produção e o manejo do capim-elefante BRS capiaçu. A atividade foi fruto de uma parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater - RO). Atividades posteriores, mesmo em meio à pandemia, foram realizadas com o estabelecimento de novas parcerias com a Emater e o atendimento in loco aos produtores rurais, em que ocorreram distribuições de mudas com o auxílio técnico. “Em 2017 houve a implantação do BRS capiaçu no IFRO Colorado do Oeste e nos anos seguintes, consequentemente, ocorreram inúmeras pesquisas e distribuição de mudas para os produtores interessados. Então, o principal objetivo desse projeto é fornecer a possibilidade para que esse produtor tenha alimento para os animais, principalmente no período seco do ano, além da lucratividade, através do aumento de produção de leite por vaca por dia”, explica o Professor Fagton de Mattos Negrão, que realiza pesquisas e atividades de extensão sobre a espécie de capim.  

Ações durante a pandemia 

Devido às restrições impostas pela pandemia, no dia 28 de janeiro de 2021, foi realizada uma palestra virtual com mais de 150 técnicos da Emater de todo o estado de Rondônia, com o intuito de aprimorar a técnica no campo e obter resultados positivos. Além disso, foi realizada uma parceria para instalação de uma vitrine tecnológica em cada município da região do Cone Sul, ou seja, nos sete municípios será inserida uma propriedade rural que contará com: análise de solo; correção do solo; adubação de plantio; fornecimento das mudas e adubo de plantio; manutenção do viveiro de mudas; condução de adubação de cobertura; corte para fornecimento de mudas para outros produtores; fornecimento aos animais na forma de verde picado ou silagem.

Quanto às atividades em curso, nesse período foi implantada uma área de aproximadamente dois hectares no Centro Treinamento da Emater (Centrer), na região de Ouro Preto do Oeste/RO, sendo uma localidade central no estado, a qual facilita a distribuição das mudas aos proprietários que tenham necessidade. Ao mesmo tempo, como ação futura, há uma nova implantação de aproximadamente meio hectare, na Rondônia Rural Show, realizada no município de Ji-Paraná, para, quando houver a oportunidade, apresentar o trabalho através de palestras, treinamento técnico e entrega de mudas. “A Emater é uma parceira desde o início do projeto, diretamente ligada ao produtor no campo que auxilia no projeto com levantamento técnico e distribuição de mudas”, diz Fagton, complementando: “Como novas parcerias, temos a UNIR (Universidade Federal de Rondônia) de Presidente Médici, além da Faron (Faculdade Marechal Rondon) e a Fama (Faculdade da Amazônia) em Vilhena”.

Distribuição de mudas

Segundo o Professor/Pesquisador Fagton de Mattos Negrão, milhares de mudas já foram distribuídas para os produtores rurais da região. “Há um cadastro de produtores no campus, onde mais de 260 produtores registrados vieram retirar as mudas. Esses produtores, além de realizarem o plantio nas suas propriedades, também distribuíram aos seus amigos, vizinhos e familiares ajudando na disseminação do capim, além da própria Emater levar mudas aos seus respectivos municípios onde há atendimento, atingindo quase 394 propriedades”, informa.

Caso algum produtor rural tenha interesse em participar do projeto, deve procurar o Professor Fagton de Mattos Negrão, no Campus Colorado do Oeste, onde é possível agendar uma data para visitar a área experimental, obter informações referentes aos experimentos que foram realizados, entender a realidade do plantio, de como conduzir a capineira, para depois fazer referências técnicas mais apropriadas. “De maneira geral, a importância da execução deste projeto é entendida pelo desenvolvimento de informações que podem orientar os produtores sobre aspectos produtivos e nutricionais do capim BRS capiaçu, contribuir com o acervo de informações, propiciando a participação extensionista dos envolvidos no processo e distribuição de mudas aos produtores interessados para que estes possam inserir a cultura em suas propriedades, além da constatação da necessidade de implementar capineiras como forma de suplementação volumosa, a fim de aumentar a produtividade do rebanho e reduzir os impactos ambientais (degradação de pastagens) através da transferência de tecnologias”, conclui o docente.