Instituto Federal de Rondônia

Campus Zona Norte realiza mais uma edição do Curso de Formação de Professores EaD

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Zona Norte, realizou na semana de 4 a 8 de junho o curso de “Formação e Treinamento Profissional/Técnicas de Comunicação Aplicadas à Teleaula de Educação a Distância”. O curso visa à capacitação dos novos professores que atuarão nas aulas a distância produzidas pelo campus.

De acordo com a fonoaudióloga Graziela Gonçalves, que ministrou o curso, existe uma grande diferença entre uma aula em sala de aula e uma teleaula produzida em estúdio. De forma geral, os professores já possuem experiência em aulas convencionais presenciais, mas não estão acostumados a essa prática em estúdio. “São necessários alguns ajustes para que saibam se apresentar com uma voz melhor, com uma postura adequada ao estúdio, sem perder aquela naturalidade e o divertimento da sala de aula, já que na maioria eles são professores presenciais.”

Foram capacitados nove professores. Após serem trabalhados os conceitos e as técnicas nas aulas teóricas, os participantes gravaram uma aula teste, na qual puderam exercitar o que foi visto durante o treinamento. As aulas foram gravadas em duplas: um professor da disciplina e um professor auxiliar. Ao final do curso, as aulas foram vistas por toda a turma e comentadas pela professora Graziela.

O curso apresentou aos professores alguns aspectos importantes como o tom de voz, postura, vestimenta adequada, posicionamento diante das câmeras, gesticulação, movimentação e a questão do conteúdo. Com a nova adaptação ao ambiente virtual, o professor necessita se ajustar para ministrar sua aula em estúdio. Para isso, o profissional precisa “organizar melhor o conteúdo, para não ficar o tempo todo só com os slides, além de trabalhar melhor esses slides, para serem mais completos. Por exemplo, um professor de Direito deve aparecer mais no vídeo, pois fica chato para um jovem ficar o tempo todo lendo um slide, não fica atrativo para essa juventude. É ajustar tudo aquilo que ele já faz pra dentro de um estúdio” completa Graziela.

Outra diferenciação trazida pelo curso é em relação à diversidade, com orientações quanto ao uso mais adequado da linguagem. A abrangência da educação a distância é muito maior, de modo que uma aula EaD pode alcançar milhares de alunos em suas visualizações. O público-alvo é bastante diversificado, de diferentes realidades sociais e de diversos níveis culturais. São alunos vivendo em áreas urbanas, rurais, quilombolas, ribeirinhos e até indígenas.

“O ensino a distância tem uma abrangência muito grande, numa aula podemos alcançar um número grande de visualizações, 4, 5 ou 7 mil visualizações”, alerta a fonoaudióloga. O público maior desse tipo de ensino é de pessoas jovens e a juventude é antenada na internet. Pensando nisso, a comunicação do professor que atua no ensino a distância, que fala a partir de um ambiente fechado, precisa se adequar ainda para uma comunicação assertiva dentro do tempo determinado para sua aula.

Para a professora de Direito Marialva Souza, a preparação com uma especialista em voz contribui para trabalhar o “tom da nossa voz, pois ela passou alguns exercícios de relaxamento para a face e para o corpo. Por exemplo, como eu tenho uma voz aguda, ela passou atividades e exercícios para que eu possa ir trabalhando para torná-la mais grave. Foi muito proveitoso mesmo, porque é baseado nesses erros que podemos crescer e fazer uma autocrítica, visando melhorar cada vez mais. Foi abordada a questão da postura, da fala, foi gravada uma aula teste para nós nos analisarmos no vídeo, observando como reagimos e como nos comportamos. Enfim, ver onde efetivamente estão os erros, para que eles pudessem ser corrigidos.”

Já a professora Marizete Albino comentou que a experiência foi “de fundamental importância, porque é o momento em que você tem a dimensão da importância do ensino EaD. A responsabilidade que o professor tem, pois ele não está restrito a uma sala de aula, mas ele está em várias salas de aula. E que pode ser uma sala, um quarto ou até mesmo uma outra sala de aula como no caso dos polos”. Ela ainda falou sobre a visão ampla repassada em teoria e práticas e que trabalharam “a fala, o posicionamento diante das câmeras, o uso adequado das palavras para que o aluno possa entender o conteúdo da matéria. Não bastam só as palavras, o gestual é muito importante”, concluiu Marizete.