Instituto Federal de Rondônia

Campus Guajará recebe representantes de Aldeia Lage Velha

O Projeto de Ensino Projeto Cultural Semana do Índio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRO), Campus Guajará-Mirim, recebeu os pais de alunos indígenas, da Aldeia Lage Velha. Eles fizeram a exposição da história e de costumes da comunidade, mais apresentações de dança, pinturas e artesanato. Já a comunidade escolar do IFRO expôs esculturas, pinturas e canto vocal. A atividade teve ações dos dias 12 a 19 de abril.

A importância da inclusão e do respeito com os costumes e as artes em ação entre amigos foi destacada pelo coordenador do projeto, Carlos Alberto Bosquê Junior. As atividades de Artes foram realizadas de forma interdisciplinar com a área de Geografia, coordenada pela professora Érica Shoaba Angelim, com seus alunos e pais da aldeia indígena. Na parceria os estudantes aproximariam a cultura e o respeito com as diferenças étnico raciais, conhecer a língua materna de seus colegas de sala, o artesanato, a dança e a música. O professor de Artes Visuais do campus ainda explica que participaram do projeto professores de Música, História e Português. “O principal objetivo foi o de promover a reflexão sobre a etnia indígena na comunidade escolar e sua importância cultural e social na identidade do município, Estado e Brasil”, explicou. Na disciplina de Artes se estuda os diversos povos e etnias, em relação à valorização das riquezas e diversidades culturais do Estado e Município.

Para a professora Yape Canoe, uma das representantes indígenas e coordenadora municipal de ensino, pouco que se tem trabalhado nas escolas sobre os povos indígenas de Rondônia ou de Guajará-Mirim: as línguas faladas, ondem moram, costumes praticados, entre outros. Ela lembra que Guajará é a terra tradicional dos povos Wari e lança a pergunta “o que é índio?”, segundo sua fala, pode-se perguntar a eles "você é índio?" e a resposta será "não, eu não sou, eu sou Oro Mon, Oro Waram, Wari, Macurap...". Ela conclui que “falar de povos indígenas, dessa cultura, acham que só tem uma língua ou porque usamos roupas hoje e usamos tecnologias dizem que deixamos de ser índios. Como deixa de ser indígena de uma hora para outra se o brasileiro vai para França e continua sendo brasileiro sempre”.
Projeto
Foram envolvidos nas atividades os alunos dos primeiros anos do curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática e do Curso Técnico em Biotecnologia, ambos da modalidade integrado ao Ensino Médio. No município de Guajará-mirim são mais de 25 etnias indígenas, sendo a atividade uma oportunidade de conhecer e trabalhar a importância dos diversos grupos indígenas na formação da cultura brasileira, levando assim até a comunidade externa seu incentivo e apoio como instituição às práticas culturais e trazendo para os alunos a principal ferramenta de todas, a integração dos saberes e o respeito as diversas formas de vida, tecnologia, estética e convivências harmônicas que irão contribuir futuramente os interesses também da formação educacional.

Entre os trabalhos criados pelos alunos estavam escultura em barra de sabão sobre tridimensionalidade das artes dos povos no mundo, aprenderam técnicas de monotipia com tinta e papel molhado com temas de retratos dos índios do Brasil, ensaio e apresentação da música "Amigos" de Milton Nascimento, ensaiada com o professor Marcelo Luz. O projeto seguirá com outras atividades, até chegar ao conteúdo do Renascimento, valorizando os povos de forma ética com suas artes e cultura local, fazendo ponte entre as culturas no período da Idade Moderna, sendo estudados nas artes Pré-colombianas e Pré-cabralianas, possibilitando entender as artes em diferentes locais. Nesta atividade os alunos convidarão a comunidade externa, como pais de alunos indígenas e jovens para participar compartilhando seus conhecimentos e transmitindo as histórias dos avós e pais indígenas, ou orgulho de ter no sangue ter parentesco indígena, os significados estéticos das pinturas corporais, atividades que possibilitem pintar os alunos e servidores com as tintas extraídas da natureza com o jenipapo, os trançados com os artesanatos, as danças e músicas, a comunicação indígena do tronco linguístico Tchapakura.