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Alunos criam pequenas empresas para aprender funções matemáticas em Cacoal

Publicado: Terça, 19 de Setembro de 2017, 17h16 | Última atualização em Terça, 19 de Setembro de 2017, 17h20 | Acessos: 2209

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Na rotina da professora de Matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Cacoal, Josirene Zalenski, dar aula sobre funções é algo comum. Tanto que para este conteúdo ela já traz dos anos anteriores uma maneira de apresentar os conceitos da matéria e os exemplos para ilustrá-lo.

Essa rotina, no entanto, mudou um pouco neste ano. “Estava apresentando em sala e quando fui dar o exemplo, um que sempre uso ao falar de funções, veio a ideia de promover um projeto no qual os alunos pudessem vivenciar aquilo de forma prática”, recorda. O exemplo em questão associava o conteúdo ao mundo dos negócios, onde o zero da função era o custo, enquanto prejuízo e lucro seriam os dois elementos da função a serem analisados.

A partir daí foi lançado o desafio para duas turmas de primeiro ano do curso Técnico em Agropecuária e uma do curso Técnico em Informática. “A proposta foi que eles criassem uma iniciativa empreendedora aplicada aqui no campus e que a partir dela levantassem dados para fazer uma análise prática da relação entre prejuízo ou lucro a partir do custo, propiciando uma melhor compreensão”, justificou Josirene.

Critérios

Cinthia Santos é aluna de Informática e foi eleita a gerente-geral da Coffe Break, uma pequena empresa que ofereceu pão de queijo e café no dia do projeto. Ela explica que as ações do grupo começaram bem antes do dia da ação de vendas. “A professora estabeleceu quatro fases. Na primeira tínhamos que criar uma linha de divulgação, para informar as pessoas do nosso produto. Depois a produção, onde nos preparamos para atender aos clientes. A fase seguinte foram as vendas de fato e a última, que estamos fazendo agora, é a análise dos resultados”.

Porém, a Coffe Break não estava sozinha. O dia de ação das vendas era o mesmo para as três pequenas empresas e a concorrência ajudou nos negócios. Foi o que achou a aluna de Agropecuária, Dhafny Tamires, gerente-geral da Agrosuco. “Nosso produto foi suco de laranja e a concorrência uniu nossa empresa. Nos motivou a trabalhar mais e acho que deu certo, porque fizemos uma previsão inicial de usar cinco caixas de laranja e no fim tivemos de usar nove”, relembra.

A terceira empresa do projeto apostou em sanduíches recheados com molho e salsicha. Batizada de Agrodog, a empresa também atraiu muitos clientes e fechou a trinca de pequenas empresas que atenderam no campus no início de setembro. “Ainda estamos fechando todos os dados e organizando eles na fase de análise, mas tivemos um bom volume de vendas e já sabemos que alcançamos uma margem de lucro”, adiantou o gerente do grupo, Italo Henrique.

Bons dividendos

Lucro, a propósito, foi a palavra de ordem entre as pequenas empresas do projeto Matemática e Empreendedorismo. “Todas as empresas lucraram e isso foi muito legal. Mas como a ideia é associar esse conteúdo teórico ao mundo prático do mercado, eles farão a análise para entender em que podiam maximizar os lucros, o que poderiam prever antecipadamente que ajudaria nessa economia ou o que pode ameaçar a saúde financeira dos projetos de negócios”, explicou Josirene.

A busca por um contexto real é tão primordial que ao lançar os dados às tabelas, os alunos tiveram de descontar o que gastariam recolhendo impostos e taxas, por exemplo. “Desde o início tentamos fazer algo muito próximo da realidade profissional. Havia um gerente-geral, mas também um subgerente para cada uma das áreas de desenvolvimento e nos resultados eles precisam discriminar todos os custos e incluir o percentual de impostos, para que consigam compreender todos os riscos e oportunidades de um negócio”, destaca a professora.

Para Cinthia, gerente-geral da Coffe Break, a execução do projeto atingiu o propósito de facilitar a compreensão do conteúdo. “No quadro parece uma coisa muito complexa, mas quando praticamos aquilo fica fácil entender. Fiquei preocupada no começo, apesar de gostar da ideia, porque vi que eram muitas coisas a fazer. Mas o esforço valeu a pena. Além de aprender mais, vamos guardar o lucro e usar no futuro para a formatura ou outra atividade da sala”.

Lições para a vida

Mais do que aprender sobre funções, a vivência das pequenas empresas trouxe lições preciosas para os alunos. Foi o caso da Dhafny, que teve a empresa surpreendida pela demanda. “A gente não esperava vender tanto e aí tinham clientes, mas não tinha mais laranja. Então corremos atrás de mais laranja e tivemos mais trabalho. Percebi que nada é fácil, mas que o esforço recompensa a gente”.

Para Italo, uma lição importante é que as decisões em uma posição de liderança não devem ser tomadas pensando apenas na aprovação dos liderados. “Tive essa percepção. Não importa o que você decida fazer, todos julgam sua decisão. Por isso, nossas opiniões devem levar em consideração a ideia dos demais, mas nunca devem se basear apenas nisso”.

O projeto Matemática e Empreendedorismo tem previsão de ser encerrado no mês de setembro, com a análise dos resultados e projeção de gráficos aferindo os custos e lucros de cada uma das empresas. Nesta fase, o projeto incorpora a professora de Informática do Campus Cacoal, Adriana Rigolon, que tem conduzido os alunos na inclusão destes dados em planilhas e na geração dos gráficos de análise dos resultados.

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